Introdução: As ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) causam um impacto profundo na saúde reprodutiva e sexual e apesar de décadas de produção acadêmica em múltiplas áreas do conhecimento, abordando desde aspectos epidemiológicos e de reprodução viral até questões sociais, é possível identificar uma grande prevalência de tais infecções no Brasil, sobretudo nos povos indígenas devido a correlação entre tais doenças e as questões de vulnerabilidade que tais grupos estão submetidos. Objetivos: Compreender a prevalência das ISTs no contexto de vulnerabilidade sociocultural na população indígena do Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, a qual se constituiu de uma análise dos artigos presentes no banco de dados da PubMed. Os dados foram coletados tendo como estratégia de busca a priorização de artigos mais recentes -data de publicação nos últimos 5 anos-; a utilização de descritores como ISTs e Saúde de Populações Indígenas; além da inclusão de estudos quantitativos com grande quantidade de indivíduos em análise. Resultados: A circulação das ISTs na população indígena está relacionada à ausência de informações acerca da sua prevenção e tratamento, a educação fragilizada, e ao contexto cultural da população indígena, com a realização de práticas como poligamia, rituais, aleitamento cruzado, ou compartilhamento de objetos cortantes não desinfectados corretamente. Ademais, existem outros fatores que aumentam a vulnerabilidade dos povos indígenas às ISTs como as disparidades sociais, econômicas, o processo histórico de opressão cultural, conflitos interétnicos e falta de acesso aos serviços de saúde. Conclusão: Ao analisar os fatores que ser elacionam com as ISTs na população indígena -na qual os serviços essenciais de saúde não conseguem atingir a população- fica claro que é de responsabilidade do poder público o combate a desinformação e a conscientização sociocultural da realidade abordada, sendo necessária a ampliação da cobertura diagnóstica das infecções sexuais, a garantia de acesso e adesão ao tratamento e a implementação de medidas de prevenção que estejam de acordo com as concepções, práticas e comportamentos relacionados à tradição dos grupos indígenas.
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