PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES NOTIFICADOS COM HANSENÍASE EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO NORTE DO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2017 A 2022

  • Autor
  • TAYNÁ MORENO
  • Co-autores
  • WAGNER DOS SANTOS MARIANO , ANA CRISTINA MENDANHA SAMPAIO
  • Resumo
  • Introdução: A Hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa que acomete principalmente os nervos periféricos, olhos e pele. A doença tem evolução lenta e progressiva e, se não tratada, pode causar incapacidades físicas. O Brasil ocupa o segundo lugar na relação de países com maior número de casos no mundo e, de acordo com o Boletim Epidemiológico de Hanseníase de 2023, o Tocantins ocupou a segunda posição entre os estados com maior número de casos novos por 100 mil habitantes. O diagnóstico da hanseníase é, acima de tudo, clínico e, em sua maioria, pode ser confirmado no nível da Atenção Primária à Saúde. Objetivos: Este estudo teve como objetivo descrever as características sociodemográficas, clínicas e operacionais dos pacientes notificados com hanseníase no hospital universitário do norte do Tocantins durante os anos de 2017 a 2022. Metodologia: O presente estudo consistiu em um estudo descritivo, retrospectivo, observacional e transversal, de caráter quantitativo, com base nos registros presentes nos prontuários dos pacientes do Hospital de Doenças Tropicais (HDT-UFT). Resultados: Durante os anos de 2017 a 2022, foram notificados 410 pacientes no Hospital Universitário do Norte do Tocantins (HDT-UFT). Pode-se observar uma predominância do sexo masculino (67,3%), com faixa etária preponderante dos 30 aos 59 anos (45,3%), de cor parda (90,7%) e analfabetos (62,9%). Segundo as características clínicas da doença, a multibacilar foi predominante (79,26%), e a forma clínica principal foi a dimorfa (46,34%). Em relação ao grau de incapacidade física no diagnóstico (GIF), 29% apresentaram GIF 1, porém, 136 pacientes (33%) não foram avaliados. A baciloscopia foi positiva em 153 pacientes (37,31%). A maioria dos pacientes não possuía episódios reacionais no diagnóstico (46,09%). De acordo com as características operacionais, o principal modo de entrada foi o de caso novo (56,3%) e o modo de detecção foi o de encaminhamento (62%). O ano de maior diagnóstico foi o de 2017, sendo diagnosticados 152 pacientes (37%), e o de menor diagnóstico foi o ano de 2020, com 19 (4%). Conclusão: Conclui-se que as populações mais desassistidas são as mais afetadas pela doença, havendo uma relação consistente entre a hanseníase e circunstâncias socioeconômicas desfavoráveis em regiões endêmicas, além da predominância do sexo masculino, fatores que indicam um maior risco para adquirir a doença. Ainda, percebe-se uma dificuldade no diagnóstico da doença no nível da atenção primária à saúde, haja vista que uma quantidade significativa dos pacientes já possuía grau de incapacidade física no diagnóstico.

  • Palavras-chave
  • Hanseníase, Resumo, Epidemiologia
  • Área Temática
  • Saúde Pública e Determinantes Sociais de Saúde
Voltar Download
  • Medicina do Futuro e Inovações Médicas
  • Medicina e as populações Negra, Indígena e Quilombola
  • Medicina, Meio ambiente e Sustentabilidade
  • Saúde Pública e Determinantes Sociais de Saúde

Comissão Organizadora

Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
Talys Arruda Jucá da Silva
Sarah Garcia Bento Fonseca
ASHLEY FERNANDA DE SOUSA E SOUSA
Mônica Oliveira Silva Barbosa
Julia Leite Abreu

Comissão Científica

Ana Beatriz Pereira de Souza
Gustavo Costa Freitas
Ana Caroline Lemos de Andrade