INTRODUÇÃO: A dermatite seborreica (DS) é uma doença inflamatória que apresenta descamação em áreas de glândulas sebáceas, como couro cabeludo, face e dobras corporais. Pesquisas indicam que o diagnóstico na população negra é prejudicado pela escassa representação da doença em pele escura em livros didáticos de dermatologia e pelo difícil acesso desta comunidade à saúde dermatológica. OBJETIVOS: Identificar os impactos que a carência de materiais pedagógico, acerca da dermatite seborreica com enfoque no público de pele negra, gera ao tratamento e à prevenção dessa doença. METODOLOGIA: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura utilizando as bases de dados PubMed e BVS, com os descritores “Dermatosis”, “Dark” e “Skin”, combinados com o operador booleano “AND”. Foram encontrados 465 e 41 artigos, respectivamente, e selecionados 5 artigos com base nos critérios de inclusão: literatura dos últimos 5 anos relacionada ao objetivo da pesquisa. RESULTADOS: Apesar da dermatite seborreica apresentar estatisticamente maior incidência em pessoas de pele negra, a quantidade de pesquisas e artigos direcionados à essa temática é mínima. Em uma pesquisa realizada com jovens de 24 anos de diferentes etnias foi constatado que a incidência da dermatite seborreica é maior em pessoas pretas e está até mesmo entre as 10 principais enfermidades dermatológicas que acometem essa população. Entretanto, apesar desse quadro, a sub-representação da pele negra é nítida ao se analisar a ínfima utilização de ilustrações e exemplos de casos clínicos em pele negra, já que em estudos nos principais acervos de reumatologia apenas 9% das imagens retratavam peles negras, contrastando com 86% de representações de pele clara. Além disso, há de se considerar que a falta de práticas em peles escuras afeta o desempenho de profissionais ao diagnosticar e tratar as doenças dermatológicas, já que uma elevada parcela de dermatologistas e profissionais da saúde relatam o treinamento inadequado para se lidar com peles negras, o que por sua vez dificulta a identificação de doenças como a DS e atrasa o processo de reversão do quadro nesses pacientes, o que por sua vez prejudica a saúde dermatológica desses indivíduos. CONCLUSÃO: A insuficiente representação da dermatite seborreica em pessoas negras nos acervos educacionais dificulta o diagnóstico dessa enfermidade, uma vez que a sub-representação de imagens da doença em pele escura inviabiliza a amplitude de referências preventivas e terapêuticas e, por conseguinte, prejudica a saúde dessa população já desfavorecida historicamente.
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