INTRODUÇÃO: A pandemia de covid-19 afetou fortemente a saúde mental da população, e de forma mais significativa as comunidades indígenas. Estudos indicam que esses povos foram um dos mais afetados com o isolamento trazido pelo vírus, principalmente por conta da vulnerabilidade em que se encontram historicamente. OBJETIVOS: Identificar os fatores de influência no acometimento de enfermidades mentais, durante a pandemia de COVID-19, dentro da população indígena. MATERIAIS E MÉTODOS: Fundamenta-se em uma revisão de literatura realizada na base de dados PubMed, com a utilização dos descritores “Covid-19”, “Indigenous”, “Mental health”, articulados pelo operador booleano “AND”. Foram encontrados, inicialmente, 150 artigos na íntegra, dos quais foram selecionados 5 artigos englobados nos critérios de elegibilidade: pesquisas realizadas nos últimos cinco anos e correspondentes ao objetivo abordado. RESULTADOS: A pandemia de covid-19 impactou a saúde mental do público indígena, principalmente ocasionando o aumento de transtornos psicológicos como depressão e ansiedade nesse contingente populacional. A literatura analisada relata que o isolamento, o luto e o desconhecimento perante a situação causada pelo vírus SarCov-2, foram os principais influenciadores desse impacto na saúde mental da população indígena. Sobre isso, determinou-se um padrão quanto aos fatores de maior influência no acometimento de problemas psicológicos nessas populações, sendo os principais a ineficácia de programas de saúde mental na prestação de serviços de apoio psicológico que envolvem ansiedade, depressão e estresse dentro das aldeias e a disseminação de fake news em comunidades com maior contato com a sociedade, como os malefícios da vacina e o uso de medicamentos sem prescrição médica que aumentam o medo do vírus e consequentemente os efeitos dele no organismo das pessoas. A dificuldade no repasse de informações por conta das diferenças linguísticas motivou reações indevidas a tratamentos médicos, enquanto as recomendações de isolamento social foram percebidas como uma proibição de encontros coletivos, ação que faz parte dos costumes e rituais dessas pessoas. CONCLUSÃO: A negligência quanto ao cuidado mental das comunidades indígenas se mostrou o maior fator da recorrência desse quadro durante o período pandêmico e pós pandemia, sendo porta de entrada para problemas relacionados com a falta de comunicação, conflito com costumes tradicionais e ritualísticos desse povo, e a falta de assistência médica majoritariamente psicológica não só durante esse período.
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Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
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