INTRODUÇÃO: Pessoas sobreviventes de Acidente Vascular Cerebral (AVC) podem apresentar sequelas motoras que impactam na qualidade de vida, integração social e na sua condição econômica, além de representar altos gastos aos cofres públicos. Diante desse cenário, a Interface Cérebro-Máquina (ICM) é uma tecnologia inovadora que visa estabelecer um caminho de comunicação com dispositivos externos com base em atividades cerebrais detectadas e medidas, visando aprimorar movimentos e facilitar a reabilitação desses pacientes. OBJETIVOS: Descrever os benefícios da ICM na recuperação de pacientes pós-AVC. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de literatura, produzida em abril de 2024, considerando artigos científicos relevantes em diversas bases de dados como Scielo, PubMED, Google Scholar e Elsevier. Foram usados os termos “Interface Cérebro-Máquina (ICM)” e “AVC” acompanhados do operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão foram: artigos completos, em língua portuguesa ou inglesa, publicados nos últimos 5 anos. Foram excluídos artigos duplicados e que não atenderam aos critérios de inclusão mencionados. Foram selecionados 4 artigos para o desenvolvimento deste estudo. RESULTADOS: Observou-se que a utilização da ICM promove significativamente a recuperação da função motora dos membros afetados pelo AVC, sobretudo em casos de grau leve a moderado de complicações advindas do evento. Esse processo é impulsionado pela capacidade adaptativa do cérebro, conhecida como neuroplasticidade cerebral, e pela regeneração motora. Existem diversas modalidades de ICM empregadas, abrangendo tanto métodos não invasivos, como a eletroencefalografia (EEG), quanto métodos invasivos, como os implantes neuronais. Além disso, esta abordagem terapêutica pode ser implementada de forma direcionada para cada paciente e pode ser complementada pela combinação com outras tecnologias avançadas, como sistemas robóticos para reabilitação, feedback visual para facilitar a aprendizagem motora e Estimulação Elétrica Funcional (FES) para promover a ativação muscular. Por fim, todos os estudos aplicando as diferentes metodologias se mostraram eficazes, entretanto ainda há limitações no número de estudos e no tamanho reduzido da amostra. CONCLUSÃO: Apesar da necessidade de pesquisas futuras com amostra maiores de pacientes, é notório que a tecnologia ICM se mostrou promissora e com resultados satisfatórios. Ademais, o treinamento baseado no ICM foi bem tolerado, com nenhuma recusa à intervenção por insatisfação sendo considerada segura, uma vez que não apresenta efeitos adversos graves. Portanto, a utilização da ICM representa uma estratégia promissora para a reabilitação pós-AVC, oferecendo perspectivas positivas para a melhoria da qualidade de vida e independência dos pacientes.
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Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
Talys Arruda Jucá da Silva
Sarah Garcia Bento Fonseca
ASHLEY FERNANDA DE SOUSA E SOUSA
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Gustavo Costa Freitas
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