INTRODUÇÃO: As meningites constituem um problema de saúde pública global, com alto potencial de morbimortalidade. A meningite é uma inflamação das meninges, seja por causas infecciosas ou não infecciosas. As infecções por bactérias ou vírus são as mais frequentes e as primeiras a serem consideradas, na prática clínica, como hipótese diagnóstica. No Brasil, com destaque para região Norte, as meningites são consideradas endêmicas, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão. OBJETIVOS: Compreender o perfil epidemiológico das meningites no Tocantins de 2013 a 2023. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo estatístico, analítico, transversal e retrospectivo, utilizando os dados fornecidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS/MS), a respeito da incidência de meningites no Tocantins de 2013 até 2023. RESULTADOS: Foram registrados 549 casos de meningites no Tocantins. A cidade de Araguaína teve o maior número de casos (177), seguida por Palmas (100) e Gurupi (34). Com exceção de Colinas de Tocantins (17), Nova Olinda (11), Paraíso de Tocantins (11) e Porto Nacional (11), todas as demais cidades tiveram menos de 10 casos registrados nesse período. Considerando a raça, foram contabilizados 52 casos em pessoas autodeclaradas brancas, 12 casos em pessoas autodeclaradas pretas, 2 casos em pessoas autodeclaradas amarelas, 464 casos em pessoas autodeclaradas pardas e 9 casos em pessoas autodeclaradas indígenas. 10 pessoas não declararam a cor da pele. O sexo masculino foi mas afetado pela doença (331) quando comparado ao sexo feminino (218 casos). Quanto à faixa etária, houve maior incidência das meningites em pacientes de 20-39 (117), seguida por menores de 1 ano (94), e em pessoas com 49-59 (73), 5-9(66), 10-14(48), 15-19(38), 65-69(12), 60-64(11), 70-79(5) e 80+(3). CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que houve maior número de casos de meningite bacteriana, no município de Araguaína, em pessoas autodeclaradas pardas, do sexo masculino e com idade entre 20-39 anos. O perfil epidemiológico da doença acompanhou a tendência mundial, destoando apenas quanto à etiologia mais frequente. Houve maior tendência da doença em jovens, corroborando a predisposição pela idade e a necessidade de ações preventivas, sobretudo em crianças. Por meio dos resultados apresentados, este trabalho pode subsidiar ações de planejamento e intervenções que visem controle e prevenção da meningite na região Norte, principalmente no estado do Tocantins.
Comissão Organizadora
Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
Talys Arruda Jucá da Silva
Sarah Garcia Bento Fonseca
ASHLEY FERNANDA DE SOUSA E SOUSA
Mônica Oliveira Silva Barbosa
Julia Leite Abreu
Comissão Científica
Ana Beatriz Pereira de Souza
Gustavo Costa Freitas
Ana Caroline Lemos de Andrade