MALÁRIA E DOENÇA DO SONO: A PERPETUAÇÃO DE DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS DEVIDO À FATORES CLIMÁTICOS E AO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

  • Autor
  • Maria Thallyta Biliu Paiva
  • Co-autores
  • Vitória de Oliveira Sousa , João Costa Nunes , Geiciane Vieira da Silva , Leticia Paz Duarte , Fabiana de Andrade Bringel
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: As Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) são patologias crônicas debilitantes que afetam, em sua grande maioria, pessoas residentes em regiões de clima tropical com condições precárias de vida. Sendo, dessa forma, negligenciadas e estigmatizadas por afetarem, com maior frequência, uma parcela de indivíduos que, muitas das vezes, são invisíveis perante a sociedade. OBJETIVOS: Relacionar os fatores climáticos e o desenvolvimento social com a emergência e reemergência das DTNs. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, conduzida em maio de 2024, utilizando as bases de dados MEDLINE e SciELO, além do repositório Arca Dados Fiocruz. Ademais, foi aplicado o operador booleano “AND” e as seguintes palavras-chave: “Clima tropical”, “Doenças negligenciadas” e “Doenças tropicais”. Os critérios de inclusão foram: artigos em língua  portuguesa,  publicados  no  período de 2004-2019. Foram excluídos artigos incompletos e que não atenderam aos critérios de inclusão mencionados. Por fim, selecionou-se 3 artigos para o desenvolvimento desta revisão literária. RESULTADOS: Algumas DTNs, como a Doença do sono, conhecida cientificamente como tripanossomíase africana, surgiu na região dos trópicos africanos e desde então é restrita exclusivamente a essa área devido às características climáticas e biogeográficas da região, que permitem uma melhor sobrevivência do vetor, uma mosca hematófaga. Em contrapartida, a Malária é uma conhecida patologia que inicialmente acreditou-se estar restrita a região dos trópicos, porém, anos mais tarde, a malária tornou-se universal e pandêmica, o que comprova a sua não dependência do fator climático tropical. No entanto, observa-se atualmente uma reemergência de casos de malária na região dos trópicos, o que está então relacionado, não ao fator biogeográfico tropical, e sim, ao subdesenvolvimento, miséria e baixo investimento em saúde presentes em países tropicais. CONCLUSÃO: Observa-se, portanto, como o fator climático é um crucial determinante para a perpetuação de DTNs e, por muito tempo, acreditou-se ser o único. Entretanto, a variedade climática e biogeográfica de toda a região tropical serviu como fator para refutamento dessa teoria em que, hodiernamente, é evidente a relação dessas patologias com o desenvolvimento social, econômico e sanitário dessas populações de países tropicais e subdesenvolvidos, haja vista que, países Europeus, já com desenvolvimento completo, conseguiram erradicar a malária, ademais, países Africanos e até mesmo o Brasil, ainda contam com casos de malária nos dias atuais. Dessa forma, é indiscutível que além de influência climática, as DTNs também sofrem influência direta das condições de vida da população.

  • Palavras-chave
  • Clima tropical, doenças negligenciadas, doenças tropicais
  • Área Temática
  • Saúde Pública e Determinantes Sociais de Saúde
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