INTRODUÇÃO: As Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) são patologias crônicas debilitantes que afetam, em sua grande maioria, pessoas residentes em regiões de clima tropical com condições precárias de vida. Sendo, dessa forma, negligenciadas e estigmatizadas por afetarem, com maior frequência, uma parcela de indivíduos que, muitas das vezes, são invisíveis perante a sociedade. OBJETIVOS: Relacionar os fatores climáticos e o desenvolvimento social com a emergência e reemergência das DTNs. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, conduzida em maio de 2024, utilizando as bases de dados MEDLINE e SciELO, além do repositório Arca Dados Fiocruz. Ademais, foi aplicado o operador booleano “AND” e as seguintes palavras-chave: “Clima tropical”, “Doenças negligenciadas” e “Doenças tropicais”. Os critérios de inclusão foram: artigos em língua portuguesa, publicados no período de 2004-2019. Foram excluídos artigos incompletos e que não atenderam aos critérios de inclusão mencionados. Por fim, selecionou-se 3 artigos para o desenvolvimento desta revisão literária. RESULTADOS: Algumas DTNs, como a Doença do sono, conhecida cientificamente como tripanossomíase africana, surgiu na região dos trópicos africanos e desde então é restrita exclusivamente a essa área devido às características climáticas e biogeográficas da região, que permitem uma melhor sobrevivência do vetor, uma mosca hematófaga. Em contrapartida, a Malária é uma conhecida patologia que inicialmente acreditou-se estar restrita a região dos trópicos, porém, anos mais tarde, a malária tornou-se universal e pandêmica, o que comprova a sua não dependência do fator climático tropical. No entanto, observa-se atualmente uma reemergência de casos de malária na região dos trópicos, o que está então relacionado, não ao fator biogeográfico tropical, e sim, ao subdesenvolvimento, miséria e baixo investimento em saúde presentes em países tropicais. CONCLUSÃO: Observa-se, portanto, como o fator climático é um crucial determinante para a perpetuação de DTNs e, por muito tempo, acreditou-se ser o único. Entretanto, a variedade climática e biogeográfica de toda a região tropical serviu como fator para refutamento dessa teoria em que, hodiernamente, é evidente a relação dessas patologias com o desenvolvimento social, econômico e sanitário dessas populações de países tropicais e subdesenvolvidos, haja vista que, países Europeus, já com desenvolvimento completo, conseguiram erradicar a malária, ademais, países Africanos e até mesmo o Brasil, ainda contam com casos de malária nos dias atuais. Dessa forma, é indiscutível que além de influência climática, as DTNs também sofrem influência direta das condições de vida da população.
Comissão Organizadora
Centro Acadêmico Ruth Sonntag Nussenzweig
Talys Arruda Jucá da Silva
Sarah Garcia Bento Fonseca
ASHLEY FERNANDA DE SOUSA E SOUSA
Mônica Oliveira Silva Barbosa
Julia Leite Abreu
Comissão Científica
Ana Beatriz Pereira de Souza
Gustavo Costa Freitas
Ana Caroline Lemos de Andrade