Introdução: Ao longo da história do Brasil, as comunidades quilombolas têm enfrentado desafios persistentes, encontrando-se em estado de vulnerabilidade em diversas áreas, principalmente quando se trata da saúde sexual e reprodutiva. Objetivo: Analisar de forma geral a prevalência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em grandes comunidades quilombolas e entender os impactos dessas doenças. Metodologia: Este estudo é caracterizado como uma revisão integrativa da literatura, onde bases de dados como PubMed e BvS foram utilizadas. Afim de afunilar os estudos envolvendo o tema, os termos “quilombola” e “STI” foram incorporados na estratégia de busca. Resultados: Um estudo na região sudeste do Brasil demonstrou que os índices de ISTs nas comunidades quilombolas mostraram-se elevados, atingindo até 18,5%. A prevalência mais significativa foi observada para o HPV, com 11,1%, seguido pelas infecções por Trichomonas vaginalis (6,3%), Candida trachomatis (4,3%) e Treponema pallidum (4,3%) ¹. Em comparação, um estudo em um estado da região nordeste, com amostra composta por 367 indivíduos de 14 comunidades quilombolas revelou resultados relevantes. A prevalência de sífilis identificada foi de 3,3%, enquanto apenas 6,8% relataram antecedentes de ISTs. Outras informações pertinentes incluem o uso de preservativos, que registrou uma média de apenas 9% para parceiros fixos e 15% para parceiros eventuais ². Conclusão: Os dados desses estudos são relevantes porque oferecem uma visão clara e objetiva da gravidade das questões de saúde sexual e reprodutiva enfrentadas pelas comunidades quilombolas. Eles destacam a urgência de intervenções direcionadas e eficazes para lidar com as altas taxas de infecções sexualmente transmissíveis, bem como os fatores de risco associados, como a falta de informação e a escassez de insumos. A compreensão aprofundada desse tema é crucial para orientar a formulação e implementação de estratégias eficazes que garantem o bem estar das populações quilombolas.
Palavras - chaves: Quilombolas, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Vulnerabilidade sexual.
Referências:
1-DIAS, Jerusa Araujo et al. Infecções sexualmente transmissíveis em mulheres afrodescendentes de comunidades quilombolas no Brasil: prevalência e fatores associados. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, p. e00174919, 2021.
2-PASSOS, Taciana Silveira et al. Uso de preservativo e vulnerabilidades para infecções sexualmente transmissíveis em comunidades quilombolas: estudo descritivo, Sergipe, 2016-2017. Epidemiologia e Serviços de saúde, v. 30, p. e2020617, 2021.
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