INTRODUÇÃO: Desde 1980, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou a Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (MTCI) em sua estrutura. Essas abordagens, frequentemente combinadas com tratamentos convencionais, proporcionam uma visão holística do cuidado ao paciente. Dentre as terapias em destaque na MTCI, a terapia com ozônio tem ganhado reconhecimento por seus potenciais efeitos benéficos. A ozonioterapia envolve a aplicação de ozônio para tratar uma variedade de condições de saúde. Demonstrou-se promissora no controle da dor, modulação do sistema imunológico e cicatrização de feridas, complementando a abordagem abrangente de saúde do SUS. OBJETIVO: Este estudo visa abordar a eficácia da ozonioterapia e elucidar os mecanismos pelos quais essa terapia pode otimizar o processo de cicatrização de feridas. METODOLOGIA: A plataforma MEDLINE/PubMed foi a ferramenta de busca de artigos científicos. A busca ficou restrita aos artigos publicados nos últimos cinco anos, garantindo a inclusão das pesquisas mais recentes sobre o tema. Os descritores utilizados foram "cicatrização", "ozonoterapia", "terapias complementares", combinados com o booleano “AND”. Os critérios de inclusão foram textos disponíveis na íntegra, textos em inglês e em português, excluindo os textos ambíguos, literatura cinzenta e estudos inconsistentes. RESULTADOS: Estudos destacaram que a terapia com ozônio beneficia a cicatrização de feridas por meio de vários mecanismos. O ozônio possui propriedades antimicrobianas ao oxidar fosfolipídios e lipoproteínas nas membranas celulares bacterianas, reduzindo a carga bacteriana na ferida e diminuindo o risco de infecção. Além disso, ele ativa o sistema imunológico, estimulando a produção de citocinas, fatores de crescimento e enzimas bactericidas, reduzindo a resposta inflamatória sistêmica. O ozônio também promove a angiogênese ao induzir a expressão de fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) em células endoteliais, melhorando o suprimento sanguíneo para a área afetada. Isso é crucial para a cicatrização, promovendo a migração de fibroblastos e estimulando a síntese de tecido de granulação. Todos esses mecanismos combinados contribuem para uma cicatrização de feridas mais rápida. CONCLUSÃO: Os estudos demonstram que a ozonioterapia mostra-se como uma terapia eficaz na cicatrização de feridas. Além disso, ela pode levar a uma redução no tempo de internação, na duração do uso de antibióticos e nas taxas de reinfecção e readmissão, potencialmente diminuindo os custos hospitalares. No entanto, é necessário ressaltar que a ozonioterapia é considerada uma terapia complementar e deve ser aplicada em conjunto a outros cuidados convencionais adequados, de acordo com as diretrizes médicas.
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