Avaliação da sobrevida no câncer de mama na era da mamografia: análise de base populacional de 2.715 casos em Campinas

Avaliação da sobrevida no câncer de mama na era da mamografia: análise de base populacional de 2.715 casos em Campinas

• Autor
• Beatriz Frizon Machado
• Co-autores
• Juliana Oliveira Fernandes , Diama Bhadra Andrade Peixoto do Vale
• Resumo

• RESUMO

  Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as taxas de sobrevida global do câncer de mama após uma década de implementação da mamografia em Campinas, São Paulo.

  Metodologia: Trata-se de uma coorte retrospectiva de base populacional de mulheres com câncer de mama no período de 2010 a 2014. Idade, status vital e estadio foram acessados por meio do registro de câncer de base populacional (RCBP), do sistema de informações de mortalidade e de prontuários de pacientes. Todos os casos diagnosticados no município foram incluídos, sejam oriundos do sistema público ou do privado. Os dados foram apresentados como frequências e pelo cálculo da sobrevida global. Os testes utilizados foram: análises de Kaplan-Meier, Log-rank e regressão de Cox. CAAE 89399018.2.0000.5404. 

  Resultados: Dos 2.715 casos diagnosticados de 2010 a 2014, 665 óbitos (24,5%) foram confirmados até 31 de março de 2020. A idade média ao diagnóstico foi de 58,6 anos. Mulheres de 50 a 69 anos foram 48,0% dos casos, sendo o estadio I o mais frequente (25,0%). A sobrevida global média foi de 8,4 anos (8,2-8,5). A sobrevida global em cinco anos (SG5) para os grupos de 40-49, 50-59, 60-69 e 70-79 anos foi, respectivamente de 80,5%, 87,7%, 83,7%, 83,8% e 75,5%. A SG5 para os estadios 0, I, II, III e IV foi de 95,2%, 92,6%, 89,4%, 71,1% e 47,1%. Não houve diferença significativa na sobrevida entre os estádios I ou II (p = 0,058). Em comparação com mulheres de 50-59 anos, o risco de morte foi 2,3 vezes maior do que nas mulheres de 70-79 anos, e 26% menor para mulheres de 40-49 anos. Em relação ao estadio I, o risco de morte foi 1.5, 4.1 e 8.6 vezes maior nos estadios II, III, IV, respectivamente, e 34% menor no estadio 0. 

  Conclusões: As mulheres de Campinas foram diagnosticadas com câncer de mama em estadios iniciais, embora casos avançados fossem significativos. A sobrevida global foi elevada nos grupos analisados, e podem refletir melhorias nas estratégias de detecção precoce e acesso ao tratamento.

• Palavras-chave
• Câncer de Mama, Sobrevida, Estadio
• Área Temática
• Ginecologia e Obstetrícia

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