INTRODUÇÃO: As doenças mentais são alterações que, em sua maioria das vezes, desenvolvem sinais na infância em diferentes domínios. Entende-se, hoje, que dificuldades emocionais e comportamentais nem sempre são fases transitórias do desenvolvimento normal da criança; Considera-se o ambiente escolar como algo fundamental no processo de identificação de comportamentos e emoções preditivas de algum sofrimento infantil, compreendendo este como um espaço potencial de ações de prevenção e de promoção à saúde mental. OBJETIVOS: Identificar e analisar a saúde mental de crianças de um município situado na região Nordeste do Brasil, através da concepção dos educadores. METODOLOGIA: Trata-se de estudo de prevalência descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, realizado a coleta de dados no mês de novembro de 2018, com 30 professores de 387 crianças, na faixa etária entre dois e seis anos, de ambos os gêneros, regularmente matriculados em duas escolas públicas municipais do interior do estado do Piauí. Para a coleta de dados, aplicou-se o Questionário de Capacidades e Dificuldades (Strenghts and Difficulties Questionnaire) – SDQ, composto por 25 itens organizados nas seguintes subescalas: hiperatividade, sintomas emocionais, problemas de conduta, relações interpessoais e comportamento pró-social. Os dados foram analisados pelo software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 22.0. A fim de caracterizar a amostra, foram realizadas estatísticas descritivas, como medidas de tendência central e medidas de dispersão. O teste de Kolmogorov-Smirnov foi aplicado nas variáveis numéricas contínuas, para verificação do pressuposto de normalidade. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí, sob o número do parecer: 2.948.491. RESULTADOS: A média da idade encontrada dos 387 alunos foi de 3,7 anos, com discreto predomínio masculino, de 51,7%. De acordo com os parâmetros da escala SDQ, identificou-se que 86,8% de crianças tinham desenvolvimento normal, 5,4% desenvolvimento limítrofe e 7,8% anormal. Os cinco eixos avaliados (hiperatividade, sintomas emocionais, problemas de conduta relações interpessoais e comportamento pró-social), mostraram-se, de modo geral, satisfatórios, com destaque ao eixo relacionado aos comportamentos pró-social que obteve maior variação, sob a ótica dos professores. Os sintomas emocionais destaca-se o item “Fica inseguro quando tem que fazer alguma coisa pela primeira vez, facilmente perde a confiança em si mesmo”, que houve 16% assinalados como verdadeiro. Em relação à subescala de problemas de conduta, 10% afirmam que as crianças “Frequentemente têm acessos de raiva ou crises de birra”. Na subescala de sinais de hiperatividade o item 15, “Facilmente perde a concentração” foi observado em 18% das crianças. No que se refere à questão de problemas de relacionamento com os colegas, não foi evidenciado dificuldades de relacionamentos; visto que a maioria “Tem pelo menos um bom amigo ou amiga” (71%). CONCLUSÔES: A pesquisa identificou que as crianças possuem desenvolvimento satisfatório e, uma boa saúde mental. Além disso, esse estudo mostrou-se eficiente por rastrear prováveis problemas de saúde mental de crianças na escola, oferecendo elementos necessários não para definição de um diagnóstico, mas para a realização de intervenções especializadas, sobretudo, àqueles que se enquadram na categoria “clínica”; sugestiva de alteração psicológica e/ou psiquiátrica.
Palavras-chave: Psiquiatria Infantil; Serviços de Saúde Escolar; Comportamento Infantil.
Os trabalhos publicados deverão ter sido inscritos no Congresso Médico Acadêmico da Unicamp - COMAU, e terem o seu projeto aprovado por 2 avaliadores (docentes e pós graduandos escolhidos pela Comissão Científica).
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