O pênfigo vulgar (PV) é uma doença autoimune mucocutânea potencialmente fatal caracterizada pela formação de bolhas intraepiteliais suprabasais nas mucosas e pele. Estratégias terapêuticas para a doença incluem uso de drogas imunossupressoras de diversas classes¹. As principais terapêuticas para PV refratário incluem uso de rituximabe (RTX), imunoglobulina intravenosa (IgIV), imunoadsorção e plasmaférese. Este relato de caso visa exemplificar um quadro de PV grave e refratário tratado com RTX e IgIV. Paciente feminina, 22 anos, de área rural, admitida em hospital universitário com queixa de bolha flácida no dorso há aproximadamente 2 meses e posterior disseminação para tronco e couro cabeludo. Procurou auxílio médico local, sendo prescrito prednisona 20 mg/dia. Porém, houve piora importante mesmo com o tratamento, com febre, piora das lesões prévias e novas lesões, sendo internada no hospital local devido a quadro clínico grave de lesões infectadas. Foi realizada transferência da paciente para hospital universitário referência na área de Dermatologia. Após limpeza das lesões, desbridamento de crostas e expansão volêmica foi realizado curativo e internação em enfermaria, onde foi diagnosticado PV por anatomo-patológico e imunofluorescência direta. A terapêutica inicial consistiu em IgIV + prednisona + antibioticoterapia + analgesia. Após recrudescência da infecção, foi associado RTX à IgIV. Em 4 dias houve melhora significativa, com cessação de aparecimento de novas lesões e melhora do quadro cutâneo. Cinco dias após segunda infusão de RTX paciente recebeu alta, em uso de azatioprina 100mg/d e prednisona 60mg/d, com diminuição progressiva da dose. Seis meses após internação, a paciente está em remissão, em uso de prednisona 10 mg/d e azatioprina 100mg/d. Apresenta hipercromias residuais. Foi obtida excelente resposta terapêutica com remissão do PV em 6 meses e repilação completa do couro cabeludo, além de manutenção com baixas doses de corticosteroides orais.
Os trabalhos publicados deverão ter sido inscritos no Congresso Médico Acadêmico da Unicamp - COMAU, e terem o seu projeto aprovado por 2 avaliadores (docentes e pós graduandos escolhidos pela Comissão Científica).
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