Introdução: A obesidade é considerada uma pandemia e, na gestação, pode influenciar nos desfechos maternos e do feto. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo de prontuários de gestantes de um centro de referência. Foram coletadas características sócio-demográficas e de saúde das parturientes; e foi descrito o tipo de parto e as características do recém-nascido. Os dados foram coletados em um cartão pré-estruturado pelos autores deste artigo e comparados em relação ao índice de massa corpórea das gestantes classificados de acordo com a World Health Organization. Resultados: Foram analisados 779 prontuários [gestantes de baixo peso (<18,5 Kg/m2): 27 (3,5%); peso normal (18,5-24,9 Kg/m2): 278 (35,7%); sobrepeso (25-29,9 Kg/m2): 207 (26,6%); obesidade (>30 Kg/m2): 267 (34,3%)]. A obesidade e o sobrepeso foram mais frequentes nas gestantes de maior faixa etária; com antecedentes de doenças, principalmente de hipertensão arterial sistêmica (55/267; 20,6%); multigestas e multíparas. Houve predomínio do parto cesariana (553/749; 73,8%) principalmente no sobrepeso (167/206; 81,1%) e na obesidade (220/266; 82,7%). A laceração perineal grau I ou II (18/43; 41,9%) e o parto prolongado (>120 min) (15/258; 5,8%) foram mais frequentes na obesidade. A intercorrência obstétrica ocorreu em 274/752 (36,4%) gestantes com maior prevalência na obesidade (141/267; 52,8%) e no sobrepeso (74/207; 35,7%). A macrossomia fetal foi mais prevalente na obesidade (26/264; 9,8%) e do tamanho ao nascer acima do percentil 90 na obesidade (41/265; 15,5%) e no sobrepeso (21/207; 10,1%). Conclusão: A obesidade pode ser considerada um fator de risco na gestação para a gestante e para o feto estando associada ao tipo de parto, características do feto ao nascer e com a evolução da gestante pós-parto.
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