Introdução: A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela inflamação e obstrução das vias aéreas. Na asma atópica o remodelamento tecidual é causado por um processo inflamatório crônico decorrente da exposição a alérgenos, diferenciação de linfócitos Th2, produção de IgE, sensibilização e ativação de mastócitos e posterior quimioatração e ativação de eosinófilos. Por outro lado, na asma não-atópica a inflamação é mediada pela quimioatração e ativação de neutrófilos, com participação de linfócitos Th1/Th17, após exposição a poluentes. A migração das diferentes células para o tecido pulmonar depende da produção de quimiocinas que atuam sobre os eosinófilos (CCL5), neutrófilos (CXCL8) e linfócitos T (CXCL10 e CXCL9). Objetivos: Avaliar os níveis plasmáticos das quimiocinas CXCL8, CCL5, CXCL10 e CXCL9 em pacientes com asma controlada e não-controlada. Método: O sangue periférico de indivíduos saudáveis (controles - n=34) e de pacientes com asma controlada (n=34) e asma não-controlada (n=40) foi coletado por punção venosa, em tubos contendo heparina sódica e as amostras de plasma obtidas por centrifugação. A dosagem de quimiocinas (CXCL8, CCL5, CXCL10 e CXCL9) foi feita por ELISA com “kits” comerciais específicos para cada citocina. Resultados: Pacientes com asma apresentaram níveis plasmáticos estatisticamente maiores de CCL5 e CXCL8 e menores níveis de CXCL9 e CXL10 em comparação a indivíduos do grupo controle. Não observamos diferenças nos níveis de nenhuma das quimiocinas avaliadas entre os pacientes com asma controlada e não-controlada. Conclusões: A produção diferencial de quimiocinas poderia resultar na maior capacidade de migração de eosinófilos (CCL5) e neutrófilos (CXCL8) responsáveis pela inflamação e remodelamento tecidual observada na asma. Além disso, podemos inferir que a menor produção de quimiocinas responsáveis pela quimioatração de linfócitos (particularmente do tipo Th1 - CXCL9 e CXCL10) poderia contribuir para o desequilíbrio na modulação da resposta imunológica característica da asma.
Os trabalhos publicados deverão ter sido inscritos no Congresso Médico Acadêmico da Unicamp - COMAU, e terem o seu projeto aprovado por 2 avaliadores (docentes e pós graduandos escolhidos pela Comissão Científica).
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