Introdução: A audição é fundamental para o desenvolvimento global da criança, revelando assim, a importância da triagem auditiva neonatal que irá possibilitar o diagnóstico precoce. A triagem auditiva neonatal (TAN) pode apresentar como resultado PASSOU ou FALHOU. No caso de falha realiza-se o reteste e se o resultado se mantiver será necessário o encaminhamento para o diagnóstico audiológico (DA), até o sexto mês de vida. No processo do DA é importante rever a história familiar, estudar os indicadores de risco para a perda auditiva e realizar procedimentos comportamentais e eletrofisiológicos para a detecção de alterações no sistema auditivo. Objetivo: Analisar os resultados obtidos na triagem auditiva e na etapa de diagnóstico audiológico de lactentes que permaneceram em UTI neonatal e que falharam no reteste da triagem auditiva neonatal. Método: Estudo realizado nos Laboratórios de Audiologia da Instituição. Faz parte de um projeto maior, intitulado “Estudo da Reflectância de Banda Larga em programa de Saúde Auditiva Neonatal”, aprovado pelo Comitê de Ética da Unicamp, sob protocolo número 932.602. A triagem auditiva foi realizada antes da alta hospitalar por meio do PEATE-A, equipamento Accuscreen. Na etapa de diagnóstico os procedimentos adotados foram: anamnese, meatoscopia, emissões otoacústicas transientes, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e timpanometria de banda larga. Resultados: No período estudado, um total de 776 recém-nascidos foram internados na Maternidade, sendo que 105 foram transferidos para alojamento conjunto, 49 evoluíram para óbito e 14 permaneceram internados. Dessa forma, a amostra final da pesquisa foi de 608 recém-nascidos. Desse total, 594 realizaram a triagem auditiva neonatal, correspondendo a uma taxa de cobertura de 97,7%. Dos lactentes que realizaram a TAN 49 (8,24%)falharam, em pelo menos uma orelha, no teste e 14 falharam no reteste. Do total de 49 neonatos que deveriam realizar o reteste, 4 evoluíram para óbito e 33 realizaram o reteste. Dessa forma, a taxa de cobertura nessa etapa foi de 73,33%. No total, 14 neonatos foram encaminhados para o diagnóstico audiológico, sendo que 8 compareceram ao DA. A etapa de diagnóstico audiológico revelou uma prevalência de 1% de perda auditiva nos neonatos que permaneceram em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, sendo 50% (3) do tipo neurossensorial, 16% (1) do tipo mista e 33% (2) com hipótese de espectro da neuropatia auditiva. Com relação aos indicadores de risco, os mais prevalentes, nos lactentes com perda auditiva, foram: permanência em UTI neonatal por mais de 5 dias (33.3%), anomalias craniofaciais (33,3%) e infecção congênita (16,6%). Conclusão: O programa de triagem auditiva neonatal da Maternidade da Instituição é considerado universal, uma vez que sua taxa de cobertura atinge o preconizado pelo Joint Committee on Infant Hearing. A etapa de Diagnóstico Audiológico revelou uma prevalência de 1% de perda auditiva e a multiplicidade de indicadores de risco para perda auditiva em recém-nascidos que permaneceram em UTIN, sendo que todos os casos apresentam pelo menos um indicador de risco para a perda auditiva.
Os trabalhos publicados deverão ter sido inscritos no Congresso Médico Acadêmico da Unicamp - COMAU, e terem o seu projeto aprovado por 2 avaliadores (docentes e pós graduandos escolhidos pela Comissão Científica).
O contato com a Comissão Científica pode ser realizado através do e-mail: ctfcomau@unicamp.br
Corpo Editorial: Diretório Científico Adolfo Lutz
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Periodicidade: Anual
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