O preconceito de gênero afeta as estudantes do sexo feminino desde o início da sua formação, mas falta literatura sobre a forma como estas mulheres lidam com isso. Esta pesquisa pretende apresentar como as estudantes de medicina do estado de São Paulo se organizam em Coletivos Feministas para enfrentarem a discriminação. Os dados foram recolhidos utilizando um inquérito online, aplicado às participantes selecionadas através do Método SnowBall; e analisados de acordo com eixos temáticos definidos numa abordagem mista: quantitativa e qualitativa. Identificamos que estas organizações são essencialmente femininas e atuam como um espaço de empoderamento, dando voz às mulheres; proteção e apoio; aprendizagem e disseminação de conhecimentos sobre feminismo e melhoria do ambiente e cultura médica. Os coletivos enfrentam resistências de pares, da faculdade e da própria escola médica, a maioria delas veladas, não explícitas; e enfrentam desmobilização e dificuldades na gestão e desenvolvimento de atividades. Em conclusão, os Coletivos feministas representam "um lugar só nosso", onde as mulheres praticam uma forma de engajamento estudantil que responde diretamente à cultura patriarcal da nossa sociedade, da profissão médica, da universidade, aos seus pares e a si próprias e aos seus assuntos intrínsecos. A faculdade de medicina tem a responsabilidade de reconhecer esta forma de engajamento estudantil como válida e de criar mecanismos para tornar o ambiente menos hostil às mulheres.
Os trabalhos publicados deverão ter sido inscritos no Congresso Médico Acadêmico da Unicamp - COMAU, e terem o seu projeto aprovado por 2 avaliadores (docentes e pós graduandos escolhidos pela Comissão Científica).
O contato com a Comissão Científica pode ser realizado através do e-mail: ctfcomau@unicamp.br
Corpo Editorial: Diretório Científico Adolfo Lutz
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