Introduc?a?o: Endometriose e? uma disfunc?a?o caracterizada pela presenc?a de tecido endometrial em locais ecto?picos. Acomete cerca de 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, podendo cursar com sintomas a?lgicos, infertilidade, depressa?o, ansiedade e disfunc?a?o sexual, afetando significativamente a qualidade de vida dessas mulheres. O tratamento pode ser hormonal medicamentoso ou ciru?rgico. Muitas vezes ambos os tratamentos sa?o opc?o?es terape?uticas va?lidas. Comparar resultados dos tratamentos a longo prazo pode fornecer dados que auxiliem na decisa?o da melhor terape?utica a ser indicada. Objetivo: Avaliar a melhora dos sintomas a?lgicos, da func?a?o sexual, da qualidade de vida, ale?m das complicac?o?es, recidivas, do tratamento ciru?rgico oferecido a mulheres com endometriose profunda e compara?-las com os resultados do tratamento medicamentoso. Sujeitos e Me?todos: Estudo de coorte prospectiva. Inclui?das mulheres com endometriose profunda (EP): 61 submetidas a tratamento ciru?rgico e 61 a tratamento exclusivamente medicamentoso ha? pelo menos 6 meses. Todas responderam a dois questiona?rios para endometriose (EHP-30 e PFDI-20), com avaliac?a?o por domi?nios e escore geral, Escala de Dispareunia de Profundidade (EDP, 0-3) e avaliac?a?o dos sintomas a?lgicos pre? e po?s-tratamento atrave?s da Escala Visual Analo?gica (EVA, 0-10). Os dados foram comparados atrave?s do teste de Mann-Whitney (comparac?a?o entre grupos), teste de Wilcoxon (escores pre? e po?s-tratamento) e ANOVA para medidas repetidas (comparar escores entre grupos e entre tempos). Resultados: A cirurgia havia sido realizada ha? 3.3±1.6 anos e o tratamento medicamentoso era utilizado ha? 3.0±1anos. Antes do tratamento, DPC, dismenorreia e dispareunia de profundidade eram os sintomas mais intensos nos dois grupos, com EVA respectivamente de 9.48±1.49, 9.61±1.45, 7.80±3.26 nas mulheres em que foi indicada cirurgia e EVA respectivamente de 8.57±2.22, 9.02±1.35, 7.39±3.40 nas mulheres que receberam prescric?a?o de tratamento medicamentoso. Ambos os tratamentos foram efetivos na reduc?a?o de todos os sintomas, entretanto o tratamento ciru?rgico foi mais efetivo e duradouro no controle da DPC (p=0.003), disquezia (p<0.001) e dispareunia de profundidade (p<0.001) do que o tratamento medicamentoso. Apo?s os tratamentos, as mulheres tratadas cirurgicamente apresentaram menores e, portanto, melhores escores nos domi?nios dor (p<0.001), controle e impote?ncia (p<0.001), bem-estar (p=0.002), apoio social (p<0.001), autoimagem (p=0.003), trabalho (p=0.007), relac?a?o com filhos (p=0.019), relac?a?o sexual (p<0.001), relac?a?o com me?dicos (p<0.001) e tratamento (p<0.001), ale?m do escore geral no EHP-30, do que as sob tratamento cli?nico. Mulheres submetidas a tratamento ciru?rgico tambe?m apresentaram menores valores no inventa?rio de disfunc?o?es relacionadas a prolapso de o?rga?os pe?lvicos (p<0.001), no inventa?rio de disfunc?o?es urina?rias (p=0.027) e menor score total (p<0.001) do PFDI-20. Concluso?es: Tratamento ciru?rgico e medicamentoso melhoraram sintomas a?lgicos relacionados a EP, pore?m o tratamento ciru?rgico apresentou controle melhor e mais duradouro da DPC, disquezia e dispareunia, refletindo em melhora da qualidade de vida, func?a?o sexual e relac?o?es pessoais e sociais. Estes resultados podera?o auxiliar na tomada de decisa?o quanto ao tratamento a ser oferecido, considerando as queixas das mulheres com EP.
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