ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: EVOLUÇÃO CLÍNICA E PRINCIPAIS MÉTODOS DE TRATAMENTO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

  • Autor
  • Leonardo Begosso Russo Caruso
  • Co-autores
  • Maria Angela Bellomo Brandão
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: A Esofagite Eosinofílica (EoE) é uma doença inflamatória das porções proximais e distais do esôfago de caráter crônico. Além da dificuldade em seu diagnóstico, há também o desafio do tratamento, que pode incluir restrições alimentares, inibidores de secreção ácida e corticoide deglutido. Há incerteza ainda, em relação à definição na escolha de um seguimento e, consequentemente, em relação à evolução natural da doença, que deve ser tratada com cautela e de preferência com abordagens de longo prazo já que essas escolhes se relacionam com uma possível remissão da doença e com a qualidade de vida do paciente pediátrico. O tratamento a longo prazo reverte as alterações esofágicas e previne a recorrência e as complicações da doença. Em pacientes que não possuem boa adesão ou resposta terapêutica, a EoE pode levar a disfunções esofágicas crônicas e irreversíveis.

    OBJETIVOS: Avaliar as características clínicas e epidemiológicas, resposta ao tratamento e a evolução dos pacientes que tiveram diagnóstico de EoE na infância em acompanhamento em um serviço terciário.

    MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva com análise de dados de pacientes com idades entre 0 e 18 anos acompanhados com diagnóstico de EoE nos Ambulatórios de Gastroenterologia Pediátrica de um hospital terciário. Foram avaliados dados clínicos e epidemiológicos dos pacientes, tratamentos, adesão ao tratamento, assim como sua evolução.

    RESULTADOS: Foram avaliados 29 pacientes diagnosticados com Esofagite Eosinofílica, acompanhados de 20/03/2001 até 09/02/2021, sendo 23/30 (76,6%) pacientes do sexo masculino e 7/30 (24,4%) pacientes do sexo feminino. A média da idade ao diagnóstico foi de 7 anos e 2 meses, mediana de 5 anos e 2 meses (DP: 4,9 anos). Já a idade ao início dos sintomas teve média de 6 anos e 11 meses, mediana de 5 anos e 3 meses (DP: 4,2 anos). As características clínicas mais frequentes foram: dor abdominal, náuseas e o antecedente de doença do refluxo gastroesofágico. O tempo de seguimento ambulatorial foi em média de 5 anos e 11 meses, mediana de 5 anos e 4 meses (DP: 3,9 anos) tendo sido realizadas uma média de 5,56 e uma mediana de 5

    endoscopias por paciente durante o acompanhamento, 19/29 apresentaram concomitância de outras alergias, 24/29 fizerem dieta de exclusão, 4 tiveram o diagnóstico de eosinofilia responsiva ao inibidor de bomba de próton (IBP). Todos fizeram uso de IBP, 18/29 usou a associação: Dieta de exclusão / IBP /Corticoide deglutido; 16 apresentaram resolução ou controle da doença com o tratamento, 4 mantiveram os sintomas mesmo com os tratamentos. A evolução não esteve relacionada com as características clínicas e epidemiológicas avaliadas.

    CONCLUSÃO: Houve uma predominância do sexo masculino, mediana de idade de 5 anos, forte associação com doenças atópicas e cerca de 5 endoscopias/paciente durante o seguimento. O tratamento mais frequente foi a associação de dieta de exclusão, IBP e corticoide deglutido. A maioria teve boa evolução com os tratamentos propostos.

     

  • Palavras-chave
  • Esofagite eosinofílica, doença inflamatória, tratamento, terapias, diagnóstico, evolução
  • Área Temática
  • Saúde da Criança e do Adolescente
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