A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma patologia cardíaca genética que deflagra alterações macroscópicas na morfologia dos sarcômeros, resultando em alterações funcionais no aparelho cardiovascular. Dentre as mais diversas complicações, a morte súbita (MS) possui enorme relevância devido ao catastrófico desfecho e a sua silenciosa evolução. Dessa forma, objetivou-se analisar a correlação entre a MS e a CMH a partir da análise da epidemiologia, fisiopatologia e estratificação de risco. Para isso, realizou-se uma extensa análise da literatura através de artigos, estudos clínicos e diretrizes que fundamentam tal correlação, bem como norteiam a estratificação de risco para eventos de MS. Estudos estimam que a MS acomete prioritariamente pessoas jovens (idade inferior a 30 anos), incluindo atletas treinados, sendo que 84% dos episódios ocorrem durante atividades diárias leves ou moderadas e 71% dos pacientes são assintomáticos ou apresentam sintomas leves. Quanto ao perfil clínico dos pacientes predispostos à MS, a estratificação de risco considera diversos fatores que podem favorecer pior prognóstico para a CMH, os quais incluem histórico familiar de MS, hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE), síncope inexplicada, disfunção sistólica, aneurisma apical do VE, realce tardio de Gadolínio e taquicardia ventricular não sustentada, sendo, de acordo com a diretriz Americana, a espessura máxima da parede do VE um dos critérios mais relevantes na determinação do risco de MS. Portanto, a análise epidemiológica e fisiopatológica da CMH permite constatar sua heterogênea e silenciosa evolução para episódios de MS, evidenciando a importância de uma criteriosa estratificação de risco na abordagem clínica do paciente.
Os trabalhos publicados deverão ter sido inscritos no Congresso Médico Acadêmico da Unicamp - COMAU, e terem o seu projeto aprovado por 2 avaliadores (docentes e pós graduandos escolhidos pela Comissão Científica).
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