Introdução: Aneurisma é definido como uma dilatação focal e permanente da artéria, com um aumento de pelo menos 50% do diâmetro normal desse vaso sanguíneo. Os aneurismas de aorta abdominal (AAA) são os mais comuns e estima-se que a incidência desses aneurismas seja de 25 por 100.000 pacientes/ano. A maioria dos pacientes com essa condição apresentam-se assintomáticos no momento do diagnóstico, porém a complicação mais significativa é sua ruptura. A ruptura está geralmente relacionada a aneurismas grandes, de crescimento rápido e progressivo ou com início recente dos sintomas. O tratamento eletivo é recomendado quando o tamanho do AAA atinge 5,5 cm de diâmetro ou quando ocorre expansão do diâmetro transverso maior do que 5 mm em 6 meses. Existem duas técnicas eletivas de tratar um AAA, são elas: o reparo cirúrgico aberto e o endovascular. Relato de caso: Paciente submetido a endoaneurismorrafia com prótese Dacron aortobiilíaca eletiva devido a aneurisma de aorta abdominal infrarrenal de diâmetro estimado de 10,4cm, com boa evolução pós operatória, que apresentou eventração no quinto dia de pós operatório, devido a doença pulmonar obstrutiva crônica. No décimo quarto dia, paciente evoluiu a óbito devido a contato das alças intestinais com o fio de fechamento aponeurótico, levando a perfurações e choque séptico. Discussão: O AAA é uma patologia potencialmente fatal que implica e um acompanhamento rigoroso tendo em base as características do aneurisma, em particular, o diâmetro. Uma vez consumada a ruptura a incidência de mortalidade é variável entre 70-90%. Justificando assim, a abordagem eletiva se: tamanho ? 5,5 cm em homens, > 4,5-5,0 cm em mulheres, sintomatologia, complicações, expansão > 0,5 cm em 6 meses, formato sacular. As opções cirúrgicas devem ser analisadas de forma individualizada, ressaltando-se que nenhuma das abordagens é isenta de riscos. Conclusão: A abordagem do AAA vem sendo aperfeiçoada aos longos dos anos, visando reduzir os riscos intra e pós operatórios. Neste trabalho, nosso objetivo foi mostrar que mesmo após uma cirurgia realizada de forma eletiva, sem complicações significativas no pós operatório imediato, ainda temos que ter um certo zelo antes de desospitalizar o paciente, visto complicações tardias, como a do caso relatado, que eviscerou e perfurou alças intestinais no décimo quarto dia de pós operatório. Ainda que hérnia incisional seja uma complicação esperada em cirurgias abertas, não é menos importante que outras complicações potencialmente fatais, visto que foi a principal complicação que culminou no óbito do nosso paciente.
Os trabalhos publicados deverão ter sido inscritos no Congresso Médico Acadêmico da Unicamp - COMAU, e terem o seu projeto aprovado por 2 avaliadores (docentes e pós graduandos escolhidos pela Comissão Científica).
O contato com a Comissão Científica pode ser realizado através do e-mail: ctfcomau@unicamp.br
Corpo Editorial: Diretório Científico Adolfo Lutz
Endereço: R. Tessália Vieira de Camargo, 126 - Cidade Universitária, Campinas - SP, 13083-887
Periodicidade: Anual
https://doity.com.br/anais/comau2020