Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrange uma gama de distúrbios neurológicos, de heterogeneidade genética, que compromete a comunicação, interação social, bem como uma série de alterações comportamentais verbais e não verbais do indivíduo, com crescente incidência no mundo, sendo identificado na literatura como um transtorno que se manifesta precocemente, geralmente acompanhado da seletividade alimentar, que pode se fazer presente em qualquer fase da vida. Uma conduta nutricional adequada e humanizada no TEA torna-se potencializadora para melhorar a saúde e bem-estar, e também auxilia na contenção dos sintomas decorrentes de caráter neurológico, inclusive os relacionados a microbiota intestinal, colaborando no processo terapêutico de crianças e adolescentes com o TEA. Este trabalho trata-se de uma revisão de literatura, de caráter descritivo, desenvolvido a partir do estudo de artigos publicados nas bases de dados da LILACS, PubMed, Scielo, ScienceDirect e MEDLINE. Foram selecionados ao final, 6 ensaios clínicos, que apresentaram duração maior que 06 meses de duração, entre os anos de 2011 a 2021. Como critérios de inclusão nos resultados foram selecionadas publicações com ênfase em estudos que avaliasse crianças e adolescentes portadores de TEA, de ambos os sexos. Foi observado que principalmente as dietas isentas de glúten e caseína, foram identificadas, até o momento, como uma das condutas nutricionais rotineiramente utilizadas na dieta dos indivíduos com o TEA. As descobertas incluem estudos que são considerados até então promissores, sobre o transplante da microbiota fecal, o uso de probióticos na dieta, a suplementação das vitaminas cobalamina (B12), ácido fólico (B9), o aminoácido L-carnitina, e também, a utilização de ácidos docosahexaenóico (DHA) e docosapentanóico (DPA), associados a modulação do eixo-intestino-cérebro e ao manejo da seletividade alimentar. Apesar de diversos estudos relatarem mudanças positivas com o uso de algumas intervenções e condutas nutricionais como terapia nutricional e suplementações para o autismo, ainda não há comprovações científicas o suficiente para sustentar uma abordagem nutricional ideal ou protocolo definido para os indivíduos com o Transtorno do Espectro do Autista. Portanto, apesar de já conhecido o importante e indispensável papel que a conduta nutricional assertiva e humanizada voltada a seletividade alimentar desempenha no tratamento do TEA, faz-se necessário viabilizar mais estudos que comprovem os benefícios de condutas nutricionais neste tratamento.
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