Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida principalmente por contato sexual desprotegido, mas também por via vertical e transfusão sanguínea. Ainda é comum em gestantes em todo o mundo, com cerca de 1 milhão de novos casos a cada ano. A Sífilis Congênita (SC) pode ocorrer como SC precoce (manifestações nos primeiros dois anos de vida) ou SC tardia (após o segundo ano de vida), e pode causar graves consequências para o recém-nascido ou lactente. O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para prevenir a transmissão vertical e as consequências graves da SC. O aumento da prevalência da doença em gestantes e de Sífilis Congênita destaca a importância da detecção precoce, prevenção e tratamento adequado da sífilis em mulheres grávidas. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita no estado do Piauí no período de 2017 a 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico de abordagem quantitativa, de caráter descritivo e exploratório, com coleta de dados realizada na Plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referente aos casos notificados de SC no estado do Piauí. Após coletado os dados formam analisados no programa Excel for Windows versão 2019. Por se tratar de um estudo com coleta de dados secundários, não houve a necessidade de submissão no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Resultados: No período analisado foram notificados 1.665 casos de SC no estado do Piauí. Foi possível observar prevalência de casos no ano de 2018, correspondendo a 30,0% (n=499) das notificações. Quanto a idade da criança, foi observado predominância em menores de 7 dias de vida representando o percentual de 96,3% (n = 1.603) do total de casos dos menores de um ano. Em 95,7% (n = 1.594) dos casos o diagnóstico final foi o de sífilis congênita recente. Em relação ao momento do diagnóstico, 48,9% (n = 815) ocorreu durante o pré-natal e 33,0% (n = 549) no momento do parto/curetagem, sendo ainda 14,5 % (n =242) diagnosticado após o parto. Conclusão: A partir dos resultados, foi possível observar uma alta incidência de sífilis congênita no estado do Piauí. Esse resultado sugere a necessidade de ações mais efetivas de prevenção e tratamento da doença, principalmente relacionadas ao diagnóstico e tratamento do da gestante de forma precoce. É importante que as políticas públicas de saúde foquem na prevenção e tratamento da sífilis em gestantes e parceiros, a fim de reduzir a ocorrência de casos de sífilis congênita no estado.
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