Introdução: A sífilis é uma doença infecciosa contagiosa sistêmica causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida por contato sexual, incluindo sexo vaginal, anal e oral, bem como por contato íntimo com lesões infectadas da sífilis. A transmissão também pode ocorrer durante a gravidez, de mãe para filho, resultando na sífilis congênita. As mulheres em idade fértil são especialmente vulneráveis à infecção e podem apresentar sintomas diferentes dos homens, incluindo úlceras genitais e corrimento vaginal anormal. Além disso, a infecção por sífilis durante a gravidez pode levar a complicações para a mãe e para o feto, incluindo aborto espontâneo, parto prematuro, morte fetal e sífilis congênita. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico e epidemiológico dos casos de sífilis gestacional no estado do Piauí no período de 2017 a 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo de caráter retrospectivo, descritivo e analítico com abordagem ecológica, em que foram coletados dados referentes aos casos de sífilis gestacional notificados no estado do Piauí entre os anos de 2017 e 2021. Os dados foram obtidos por meio do site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), sendo consideradas as variáveis de raça, faixa etária, classificação clínica e Teste treponêmico dos casos. Os dados coletados foram analisados no programa Excel for Windows versão 2019. Como se tratou de um estudo com coleta de dados secundários, não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Resultados: No período analisado foram notificados 2.751 casos de sífilis gestacional no estado do Piauí, caracterizando uma média anual de 550,2 casos. O maior número de casos confirmados da infecção em gestante foi no ano de 2016 [n=793(28,8%)] e 2015 [n=746(27,1%); a faixa etária com predominância dos casos confirmados foram a de 20 e 39 anos [n=1.963(71,4%)]; a sífilis latente foi a mais notificada entre as gestantes [n= 981(35,7%), seguida da sífilis primária [n=727(26,4%)] e terciária [n=390(14,2%)]. A maioria dos casos de sífilis gestacional notificados foi considerada reativa segundo teste treponêmico [n=1958(71,2%)], enquanto a prevalência de casos não reativos foi menor [n=578(21,0%)]. Conclusão: Com base nos dados apresentados, pode-se concluir que a sífilis gestacional ainda é um problema de saúde pública no estado do Piauí. Apesar de uma diminuição no número de casos notificados nos últimos anos, a média anual de casos ainda é preocupante. É importante ressaltar que a sífilis gestacional pode trazer graves consequências para a mãe e para o feto, podendo levar a complicações como aborto espontâneo, morte fetal, prematuridade, entre outras. Portanto, é fundamental que haja um fortalecimento das políticas públicas de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis gestacional no estado do Piauí, visando a redução desses números e a melhoria da saúde materno-infantil.
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