Introdução: O Vírus da Imunodeficiência Humana HIV representa um grave problema de saúde pública, que devido ao comprometimento do sistema imunológico acaba contribuindo para ocorrência de infecções oportunistas, sendo a infecção pelo Mycobacterium Tuberculosis causador da Tuberculose (TB) uma das mais comuns. Essa associação compromete o processo de cura, levando muitas vezes ao abandono do tratamento, o agravamento e aumento das taxas de mortalidade. A ocorrência da TB ativa em pessoas que vivem com HIV é 26 vezes maior se comparado a população geral, sendo frequente a descoberta da coinfecção em decorrência do diagnóstico de TB que por rotina dos serviços é realizado a sorologia para HIV nesses pacientes e vice-versa. Dada a estreita relação entre TB e HIV, ressalta-se que as duas enfermidades devem ser abordadas de forma integrada pelos programas de controle, de forma que estes propiciem a construção de uma proposta articulada e de acordo com as particularidades das pessoas que apresentam a coinfecção.Objetivo: Analisar as dificuldades encontradas no manejo de pacientes portadores de TB e HIV/AIDS. Metodologia: Revisão integrativa, compreendida no período de Janeiro a fevereiro de 2023, realizada pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-BIREME), SciELO e PubMed, utilizando os descritores: Coinfecção, Tuberculose e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Como critério de elegibilidade considerou-se estudos completos, em português e inglês, publicados entre 2019 e 2023. De exclusão foram considerados estudos em outros idiomas, publicados antes de 2019 cujo conteúdo não tivesse disposto na íntegra ou não fosse relevante para essa pesquisa.Resultados: Conforme levantamento bibliográfico após critérios de inclusão foram selecionados uma amostra de 12 estudos para compor essa pesquisa. A partir da análise desses estudos foi possível identificar, como principais fatores que dificultam o manejo na assistência de pacientes coinfectados por TB e HIV: O baixo grau de articulação entre a Atenção Primária e os outros níveis de atenção à saúde, alta demanda de serviços e a falta de informatização dos sistemas para facilitar a articulação entre as RAS (Redes de atenção à Saúde); falta de capacitação profissional ocasionando formas inadequadas de abordagem e acolhimento ao paciente; vulnerabilidade social; ausência de rede de apoio; baixo nível de escolaridade, sendo esse fator o de maior impacto para o abandono do tratamento devido a falta de conhecimento em relação ao tratamento e medidas de prevenção, bem como a estigmatização dessas patologias, levando o paciente a exclusão social e não adesão ao tratamento. E a própria dinâmica do tratamento, com inúmeros medicamentos e efeitos colaterais. Considerações Finais: É notório que há uma fragilidade a nível de articulação e notificação entre as redes de atenção e o despreparo dos profissionais relacionado a abordagens estigmatizadas dos pacientes. Esses fatores diminuem o vínculo e contribuem para o agravamento das doenças, persistência de transmissão e aumento do número de óbitos. Portanto, o manejo adequado da coinfecção TB/HIV envolve múltiplos fatores, como: rastreio adequado atentando-se a sinais de alerta; diagnóstico precoce e tratamento ajustado, necessitando contínuo aperfeiçoamento técnico-científico dos profissionais e a formulação de um plano de cuidados articulado e contínuo
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