INTRODUÇÃO: Primordialmente, as políticas governamentais regidas por uma cultura e sociedade patriarcal enfatizavam ações e programas voltados para a saúde materno-infantil, com ênfase no modelo biomédico curativista. Em 2016, foi instituída pelo ministério da saúde uma estratégia inovadora para consolidação do trinômio pai-mãe-criança: o pré-natal do parceiro que busca contextualizar a importância do envolvimento consciente e ativo de homens em todas as ações voltadas ao planejamento reprodutivo e a gestação de suas parceiras, ao mesmo tempo, contribuir para a ampliação e a melhoria do acesso e acolhimento desta população aos serviços de saúde, com enfoque na Atenção Básica. Diante do exposto, destaca-se a importância da reflexão contínua sobre a paternidade e os desdobramentos para o cuidado com o filho e com sua parceira. OBJETIVO: Descrever a relevância da inclusão e participação do homem nas consultas de pré-natal. METODOLOGIA: Estudo bibliográfico de caráter descritivo, realizado no primeiro bimestre de 2023 com a seleção de estudos através da biblioteca virtual em saúde (BVS) nas bases LILACS e SCIELO com os descritores “Pré-Natal”, “Paternidade”, “Gestação”. Adotou-se como critérios de inclusão: estudos na íntegra, de acesso online, em português ou inglês e publicados nos últimos cinco anos, cuja temática atendesse o objetivo dessa pesquisa. RESULTADOS: Evidenciou-se que apesar de todas as iniciativas governamentais há uma carência significativa da participação do pai/parceiro nas consultas de pré-natal devido a vários aspectos, como questões de gênero, o horário de funcionamento das UBS, a falta de ações voltadas aos homens, e a falta de incentivo da própria mulher e da equipe de saúde à participação do parceiro. Em um estudo observacional, dentre os motivos citados pelas gestantes para a ausência do parceiro, destaca-se o labor associado à exigência dos empregadores, os quais não aceitam a declaração emitida pelo enfermeiro, caracterizando um desafio a ser suplantado para efetivação do engajamento do parceiro ao pré-natal. Nesse sentido, o incentivo à participação paterna é crucial e deve ser viabilizada para que o parceiro possa compreender as alterações fisiológicas da gravidez, bem como vivenciar a paternidade desde a concepção e não apenas após o nascimento. A participação do pai contribui para o desenvolvimento de uma gestação mais saudável, maior igualdade de gênero e maior confiança da gestante, o que contribuirá para que a criança tenha um desenvolvimento saudável, com a melhora do vínculo emocional do trinômio pai-mãe-criança. Outrossim, o desvelar da paternidade poderá ser uma mola propulsora também para o efetivo cuidado à saúde do homem, através dos testes rápidos, exames de rotina e atualização do cartão vacinal, assim como incorporação dos novos papéis essenciais para atuação nesta nova conformação familiar contemporânea, atuando desde os cuidados gravídico-puerperais até o crescimento e desenvolvimento da criança. CONCLUSÃO: Neste ínterim, a apropriação do parceiro desde o pré-natal poderá contribuir para o fortalecimento do vínculo afetivo do casal, empoderamento familiar, redução da sobrecarga materna, cuidado à saúde do homem e, especialmente a corresponsabilização e visibilidade do cuidado paterno.
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