INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento é marcado por um conjunto de modificações morfofisiológicas e bioquímicas, responsável pela alteração do estado homeostático do organismo humano. Dentre elas a redução da força e da potência mecânica muscular, termo conhecido como dinapenia. Nessa perspectiva, é mister compreender essa relação para otimização das oportunidades de saúde visando a promoção do envelhecimento ativo. OBJETIVO: Compreender a relação da perda da força muscular com o processo de envelhecimento, tal qual seus fatores predisponentes. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, na qual foram utilizadas as bases de dados do Scielo e PubMed conforme os seguintes critérios de inclusão: (1) língua inglesa e portuguesa, (2) intervalo de tempo de 2019 a 2023 e (3) relevância do artigo, usando as seguintes palavras chaves: Idoso, Força muscular, Fator preditor. Os critérios de seleção utilizados foram pesquisas relacionadas ao tema e como critérios de eliminação: artigos que não correlacionavam com o objetivo do estudo, bem como relatos de caso, resultando em cinco artigos selecionados. RESULTADOS: De acordo com os dados coletados, a dinapenia é a condição mais prevalente na faixa etária acima dos 60 anos, e, também, um fator preditor para diagnosticar tanto incapacidade física quanto mortalidade. Diante disso, dois estudos analisados constataram a dissociação do declínio da massa muscular com o declínio da força muscular, porquanto, verificou-se que a manutenção ou o ganho de massa não previne a perda da força decorrente da idade. Nesse contexto, as pesquisas sugerem que os mecanismos responsáveis pela diminuição da força do sistema musculoesquelético podem ser atribuídos a uma combinação de fatores neurológicos e musculares. Outrossim, observou-se que a redução da excitabilidade do neurônio motor alfa ou do impulso excitatório para os neurônios motores inferiores prejudica a capacidade do sistema nervoso na ativação voluntária do musculo esquelético, acarretando o quadro de dinapenia. Ainda, constatou-se que em idosos que apresentam circunferência de panturrilha (3 cm) e IMC (3,0 kg/m²) a taxa de incidência é muito maior. Outros fatores anatômicos que contribuem para o cenário clínico são: gordura inter e intramuscular, além de falha no processo de liberação do cálcio. Vale ressaltar, que a baixa escolaridade e a desnutrição constituem dois fatores ambientais que se repetem com alta frequência em indivíduos com dinapenia. CONCLUSÃO: Constata-se, portanto, que o processo de envelhecimento, somado à fatores neurológicos, anatômicos e ambientais, acarretam a interferência da homeostase e, consequentemente, a dinapenia. Ademais, estudos mais abrangentes centrados nas particularidades fisiológicas do idoso são necessários para melhor inteirar a temática proposta e compreendê-la.
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