Introdução: A mortalidade materna tardia é o óbito de uma mulher devido a causas obstétricas diretas ou indiretas que ocorrem em um período superior a 42 dias e inferior a um ano após o fim da gravidez. A falta de informação correta sobre esse evento na declaração de óbito e sua não inclusão nos sistemas de informação dificultam a sua mensuração. A análise da mortalidade materna tardia é necessária para identificar ações concretas para a redução das mortes maternas evitáveis e estudos sobre sua magnitude podem demonstrar o impacto dessas mortes nas estatísticas de mortalidade materna e apontar caminhos para o seu enfrentamento com base em políticas de saúde. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade materna tardia no estado do Ceará durante o período de 2016 a 2020. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico descritivo e retrospectivo, em que os dados foram coletados a partir do site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis consideradas para a análise incluíram a faixa etária, estado civil, cor/raça e escolaridade. A análise dos dados foi realizada utilizando o programa Microsoft Excel 2019. Resultados: No período de 2016 a 2020, foram registrados 76 casos de óbitos maternos tardios no estado do Ceará. O perfil dessas mulheres foi caracterizado por ensino superior incompleto em 42,1% dos casos, sendo 75,0% pardas, com idade entre 20 e 29 anos em 42,1% das ocorrências e estado civil solteira em 65,8% dos casos. Conclusão: Os resultados apresentados indicam a necessidade de políticas públicas que busquem reduzir esses números e proporcionar atendimento adequado a todas as mulheres durante a gestação e o pós-parto. A melhoria das condições socioeconômicas dessas mulheres também é fundamental para promover uma vida saudável e digna. Dessa forma, é imprescindível que sejam adotadas medidas preventivas e de assistência à saúde de qualidade, a fim de evitar essas mortes e garantir o direito à vida e à saúde dessas mulheres e de seus filhos.
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