Introdução: A Hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode levar a incapacidades físicas permanentes, especialmente em olhos, mãos e pés. A doença afeta principalmente adultos e sua gravidade depende do sistema imunológico do hospedeiro. Em 2019, foram notificados mais de 202.000 casos novos da doença em todo o mundo, sendo o Brasil o segundo país com maior número de casos, atrás apenas da Índia. A transmissão ocorre principalmente através das vias respiratórias superiores e da mucosa nasal, mas também pode ocorrer por contato direto com a pele infectada. Os primeiros sintomas surgem após a invasão dos gânglios linfáticos por êmbolos micobacterianos. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico da população com diagnóstico de hanseníase, no Estado do Piauí, Brasil, no período de 2018 a 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e exploratório com abordagem quantitativa, que coletou dados referentes às notificações de hanseníase no estado do Piauí entre os anos de 2012 a 2022, a partir do sistema nacional de agravos de notificação (SINANET) no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram analisadas variáveis como ano de notificação, faixa etária, sexo, grau de escolaridade, raça, forma clínica e desfecho. Os dados foram tabulados em frequência absoluta e percentual utilizando o Microsoft Office Excel 2019. Não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) local, pois se trata de um estudo em fontes secundárias e não se enquadra dentro da legislação do CONEP/MS, resolução de 466/2012. Resultados: Foram registrados 5.019 casos da doença no estado no período do estudo. Destes, houve prevalência de casos em 2018 [n=1.304(26%)] e em 2019 [n=1.156(23%)], sendo a maioria do sexo masculino [n= 2.902(57,8%)] e [n=3.454(68,8%)] da raça/cor da pele parda. A faixa etária mais afetada foi a de 50 a 50 anos [n=956(19%)] seguida da faixa de 40 a 49 anos [n=934(18,6%)]. Quanto a escolaridade, a maioria dos casos tinham menos de 8 anos de estudo [n=1.951(38,9%)]. A forma clínica mais prevalente foi a Dimorfa [n=2.519(50,2%)] e o desfecho mais frequente foi a cura [n=2.969(59,2%)]. Conclusão: Com base nos dados apresentados, podemos concluir que a hanseníase ainda é um problema de saúde pública no estado do Piauí, com um número significativo de casos registrados nos últimos anos. A maioria dos casos ocorreu em homens e indivíduos pardos, com idades entre 40 e 59 anos e com baixa escolaridade. A forma clínica mais prevalente foi a Dimorfa e o desfecho mais frequente foi a cura, o que pode indicar uma eficácia razoável do tratamento da doença na região. No entanto, é importante que as autoridades de saúde continuem investindo em políticas de prevenção e tratamento da hanseníase, especialmente em grupos de maior risco, a fim de reduzir a incidência da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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