INTRODUÇÃO: O contraceptivo de emergência (CE), conhecido popularmente como pílula do dia seguinte, é um medicamento comercializado com o intuito de evitar gravidez indesejada em casos específicos, como: violência sexual, uso incorreto ou falha de outro anticonceptivo, e, até mesmo, quando nenhum outro método preventivo foi utilizado. Nessa perspectiva, o consumo deliberado do CE tem provocado uma sobrecarga hormonal no organismo feminino, causado efeitos deletérios agudos e crônicos, que afetam todo o sistema fisiológico, levando ao comprometimento da saúde. OBJETIVO: Analisar a alteração fisiológica do consumo, a curto e longo prazo, do contraceptivo de emergência, e relacionar com os efeitos adversos, provocados pela medicação. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Para tanto, foram utilizadas as plataformas PubMed e SciELO para buscas de estudos publicados nos últimos 6 anos, com o uso dos descritores: Anticoncepcional; Comorbidades; Sintomas. A pesquisa foi feita entre março de 2023, incluindo os idiomas português e inglês, sendo encontrados 30 artigos no PubMed e 2 artigos no SciELO. Foram excluídos materiais que não abordavam de forma aprofundada a temática, e, com base em requisitos pré-estabelecidos, foram selecionados cinco (5) estudos de destaque para compor esta revisão. RESULTADOS: Com base nos dados coletados, nos cinco estudos revisados, a pílula anticoncepcional de emergência é composta por alta concentração de uma substância hormonal sintética chamada levonorgestrel, um progestágeno isolado, que é administrado no prazo máximo de 120 horas (cinco dias inteiros), logo após a relação sexual. Ademais, eles agem no corpo impedindo o processo de ovulação por alterar a composição química do muco cervical, dificultando a capacidade do espermatozoide se ligar ao óvulo, ou ainda impedir a fase de nidação (implantação do óvulo fecundado no endométrio). Diante disso, é válido destacar, que a pílula do dia seguinte é considerada, e descrita em todos os cinco artigos analisados, uma verdadeira bomba hormonal, com dez vezes mais hormônio quando comparado aos outros anticoncepcionais. Em relação aos efeitos colaterais do uso de CE que afetam o organismo feminino, a pesquisa apontou como sendo os principais: náusea, vômito, diarreia, fadiga, dor mamária e abdominal. No entanto, dois artigos evidenciaram uma série de outras reações adversas comuns, a longo prazo, porém com frequência desconhecida: sangramento vaginal, icterícia, aumento do peso, elevação da pressão arterial e do colesterol, eventos trombóticos e diminuição da força física. Outrossim, a taxa de incidência dos efeitos crônicos parece aumentar proporcionalmente ao aumento do uso contínuo do CE e das dosagens. CONCLUSÃO: Constata-se, portanto, que a pílula do dia seguinte é um método invasivo que pode e deve ser evitado, uma vez que acomete os sistemas nervoso e cardiovascular, levando ao surgimento precoce de comorbidades. Nesse contexto, embora não se saiba com exatidão a frequência dos efeitos deletérios mais graves, é mister atentar-se os sintomas a fim de iniciar um tratamento precoce e, dessa forma, prevenir alguma patologia grave. Desse modo, estudos mais abrangentes centrados nos efeitos que os CE causam no organismo e na apresentação de sintomas adversos são necessários para melhor inteirar a temática proposta e compreendê-la.
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