Introdução: A violência contra a mulher é um fenômeno complexo, enraizado nas relações de gênero e que causa danos físicos, psicológicos e emocionais. Trata-se de um problema global que se baseia nas relações desiguais de poder entre homens e mulheres. No Brasil, a situação é alarmante, com 1,6 milhão de mulheres sofrendo espancamento ou tentativa de estrangulamento em 2018, o que equivale a três agressões por minuto. Outro dado preocupante é que 76,4% das mulheres identificaram o agressor como sendo alguém conhecido. A violência tem impactos significativos, não só em termos de saúde e bem-estar, mas também em nível social e econômico. Objetivos: Caracterizar o perfil das notificações de violência física no Estado do Piauí durante o período de 2016 a 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com abordagem quantitativa, realizado a partir da coleta de informações disponíveis no site Sistema de Informação de Agravos de Notificação (DATASUS), incluindo raça, escolaridade, idade da vítima, local da agressão e relação com o agressor. Os dados foram analisados por meio do software Microsoft Office Excel 2019. Resultados: Durante o período de 2016 a 2021, foram registrados 6.543 casos de violência física contra mulheres no estado, sendo que houve prevalência dessas ocorrências (28%) em mulheres com idade entre 20 a 29 anos. Além disso, foi possível verificar que a maior parte das vítimas eram de cor parda (68%). A análise também evidenciou que a maioria dos casos de agressão (63,7%) ocorreu na residência das próprias vítimas, sendo que o autor da violência foi um cônjuge da vítima em 33,3% dos casos. Quanto à escolaridade, a maioria das notificações apresentaram informações ignoradas ou em branco (43,2%). Conclusão: Os dados apresentados indicam que a violência física contra mulheres no estado do Piauí é um problema grave e recorrente. A maioria das vítimas são mulheres jovens, de cor parda, e a maioria dos casos ocorrem dentro da residência, muitas vezes praticadas por um cônjuge. É importante que medidas de prevenção e combate a esse tipo de violência sejam implementadas, incluindo campanhas de conscientização, aumento da punição para agressores e apoio para as vítimas. Além disso, é necessário que sejam realizados mais estudos e levantamentos de dados para melhor entender a dimensão do problema e suas causas.
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