Introdução: A comunicação de más notícias é exposta pelos profissionais de saúde como uma das tarefas mais difíceis na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), visto que exige um manejo específico embasado em apoio biopsicossocial. Essa espécie de comunicação refere-se a múltiplas situações, como a notícia de agravamento de quadros clínicos e até casos de morte. Entretanto, nem todos os profissionais são preparados para anunciar tais notícias, por isso, faz-se necessário compreender os desafios para realização de tal prática. Objetivos: Destacar os principais desafios presentes na comunicação de más notícias em UTI. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura (RIL) com caráter quantitativo e qualitativo, realizada em agosto de 2023 nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), por meio da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Na busca, utilizaram-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Comunicação em Saúde”, “Equipe de Assistência ao Paciente” e “Unidades de Terapia Intensiva”, combinados entre si pelo operador booleano “AND”. Foram incluídos no estudo os artigos disponíveis gratuitamente na íntegra, nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos cinco anos (2018-2023). Sendo assim, excluindo-se os artigos duplicados nas bases supracitadas e que não condiziam com a temática. Dois revisores usaram a base do Joanna Briggs Institute para extração de dados, incluindo informações como autores, ano, tipo de estudo, objetivos, avaliação crítica e principais resultados relevantes à pesquisa. Resultados: Posterior à aplicabilidade da estratégia de busca, obtiveram-se 291 artigos, os quais ao serem submetidos aos critérios inclusivos, leitura de títulos e resumos, restaram apenas 04 artigos elegíveis para discussão. Após a análise minuciosa, os resultados constataram que existe um déficit no preparo técnico e pessoal dos profissionais de saúde na comunicação de más notícias. Ademais, inúmeros profissionais justificam este déficit pela baixa oferta de treinamento por parte da coordenação, assim como, ausência de instruções ainda no período de formação acadêmica. Desta forma, afirma-se que a falha técnica dificulta diretamente no compartilhamento de informações. Outrossim, os estudos ratificaram que geralmente as notícias são dadas por um profissional sozinho, tornando uma tarefa mais desafiadora. Além disso, quanto à percepção da maioria dos familiares (62,5%) frente ao recebimento dessas notícias, consideraram adequadas devido a sinceridade profissional, cuidado e delicadeza com as palavras, enquanto a outra metade dos familiares (37,5%) consideraram a comunicação inadequada devido ao uso de linguagem difícil ou desencorajamento de esperanças. Conclusão: Logo, conclui-se que a comunicação de más notícias no âmbito da terapia intensiva é um dos processos mais desafiadores por envolver múltiplas situações e questões biopsicossociais. Igualmente, torna-se imprescindível a realização de capacitações para equipe de saúde deste setor, almejando instruí-los acerca do compartilhamento adequado de más notícias entre à equipe e aos familiares.
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