Introdução: Segundo o Ministério da Saúde, a humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo de produção de saúde. O acolhimento e a humanização são diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH), instituída com o objetivo de qualificar a saúde pública no Brasil e incentivar trocas solidárias entre as partes envolvidas. Se tratando de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, a humanização da assistência aos pacientes adquire uma importância ainda maior devido ao seu público vulnerável. Entretanto, a implementação eficaz dessas diretrizes está intrinsecamente ligada à atuação de gestores e agentes governamentais na atenção não apenas dos usuários, mas também dos profissionais de saúde. Objetivo: Refletir sobre os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde e pelas mães dos neonatos na UTI sob a ótica da humanização. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, construída com artigos de pesquisa encontrados na base de dados Scielo, o levantamento bibliográfico ocorreu em setembro de 2023. A busca foi realizada por meio dos descritores em Ciências da Saúde (Decs), "humanização", "neonatal" associados ao operador booleano AND, não houve delimitação temporal. Os critérios de inclusão foram artigos de pesquisa no idioma português, tendo como principal assunto humanização dos neonatos em UTI. Foram excluídos artigos de revisão e com público diferente da estabelecido. Identificou-se 46 artigos, após a triagem supracitada, 3 artigos foram lidos na íntegra e selecionados para compor a amostra final. Resultados e discussão: Cobrança, insegurança e baixa autoestima são os principais sentimentos mencionados pelas mães, a maioria delas se sentem sobrecarregadas e aflitas, necessitando, portanto, dos cuidados humanizados da equipe hospitalar. Sob outra perspectiva, foi coletado os pontos de vista dos profissionais que atuam nessa área, todos eles já tinham ouvido acerca da humanização e reforçaram a importância do cuidado para o conforto dos bebês e da melhora. Todavia, ao mencionar a respeito do ambiente de trabalho destacaram como a principal dificuldade o cansaço, a angústia, carga horária alta e falta de materiais resultando em estresse e desestímulo. É perceptível que os profissionais entendem os benefícios do cuidado humanizado, porém o estresse e o desestímulo enfrentado por esses profissionais fazem com que a PNH preconizada não se concretize. Conclusão: Diante disso, foi possível perceber que a assistência humanizada no âmbito da UTI neonatal ainda é um desafio. É evidente o conhecimento por parte dos profissionais sobre os benefícios e necessidades, porém estes enfrentam dificuldades na sua implementação devido à sobrecarga de trabalho, e sua subsequente falta de tempo, cansaço e estresse. Assim, torna-se imperativo reconhecer e valorizar o trabalho dos profissionais de saúde, a fim de criar um ambiente propício para oferecer uma assistência de qualidade e humanizada. Ademais, melhores condições de trabalho proporcionam para os usuários um melhor atendimento, fazendo com que a tríade usuários, trabalhadores e gestores esteja harmônica e funcionando da melhor forma.
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