A equipe odontológica está constantemente exposta a diversos riscos ocupacionais, os quais podem se modificar de acordo com o tempo. Conhecer esses riscos é de fundamental importância para prevenir, manter e recuperar a saúde dessa classe de trabalhadores. Riscos ocupacionais são todos aqueles que geram a possibilidade ligada a probabilidade de ocorrência de dano ou perda durante o exercício da função, e podem ser classificados em: biológicos, ergonômicos, físicos, químicos e mecânicos, logo é essencial que medidas de biossegurança sejam o centro das práticas em saúde (ANVISA, 2006). De uma forma geral, a biossegurança pode ser caracterizada por medidas de prevenção, minimização ou eliminação de riscos intrínsecos às atividades realizadas, visando a proteção da saúde do ser humano, dos animais e também do meio ambiente (TEIXEIRA E VALLE, 2010). Portanto, o objetivo deste trabalho foi identificar os principais riscos ocupacionais em odontologia descritos na literatura na última década. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos publicados entre os anos de 2011 a 2021 disponíveis nas bases de dados PubMed e Scielo, correspondentes aos descritores de pesquisa “Dentistry” e “Occupational risk”. Foram encontrados um total de 18 artigos nesta revisão bibliográfica, Foram encontrados 8 artigos para riscos ergonômicos; 8 para riscos biológicos, sendo que desses, 4 eram também sobre riscos mecânicos; 1 para riscos físicos e 1 para riscos químicos. Os riscos ergonômicos e biológicos seguem em destaque nos trabalhos acadêmicos em odontologia, sendo os distúrbios musculoesqueléticos em região de pescoço, ombros e costas, e os acidentes com perfurocortantes envolvendo agentes biológicos os de maior prevalência nesta pesquisa. Contudo, constata-se que a ausência de estudos quanto aos demais riscos não comprovam as suas baixas incidências na prática clínica odontológica. Observa-se, portanto, que essa insuficiência de trabalhos em relação aos demais riscos, possam ser justificadas pelos seguintes fatores: negligência quanto à segurança dos trabalhadores da área e a falta de incentivo à pesquisas com foco nessa temática, sobretudo aquelas com ênfase na abordagem quali-quantitativa e aquelas que busquem compreender a interrelação entre os riscos. Diante do exposto, destacam-se dois pontos cruciais para melhoria do cenário odontológico nessa área. A primeira é a necessidade do incentivo ao estudo e realização de pesquisas, visando proporcionar uma melhor visualização do cenário ocupacional, bem como a implementação de meios eficazes de prevenção, manutenção e recuperação da saúde dos trabalhadores, sejam eles profissionais ou acadêmicos. Além disso, acrescenta-se que o aprimoramento do ensino em biossegurança, em todos os níveis de atuação, pode contribuir para a diminuição da exposição aos mais diversos riscos potencialmente nocivos à saúde.
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