INTRODUÇÃO: O envelhecimento é um processo dinâmico, progressivo e multifatorial marcado por alterações morfofuncionais, psíquicas e socioculturais, que culminam no declínio do vigor físico, tornando o indivíduo mais suscetível ao desenvolvimento de patologias crônicas, déficits cognitivos e a diminuição da funcionalidade, ocasionando a perda de autonomia e o aumento da dependência para realização de atividades da vida diária, evidenciando maiores necessidades de cuidados e assistência. Desse modo, ao se deparar com essas dificuldades, e na impossibilidade de ofertar um cuidado adequado, a institucionalização torna-se a alternativa para a família no cuidado ao idoso. Em contrapartida, o processo de institucionalização acarreta o aumento da vulnerabilidade e configura-se como fator de risco para a fragilidade. A síndrome da fragilidade por sua vez, é caracterizada pela perda da massa e força muscular, diminuição da velocidade da marcha, equilíbrio e atividade física, associando-se a efeitos adversos como quedas, hospitalização, declínio funcional e morte. OBJETIVO: Descrever, à luz da literatura científica, quais os fatores que predispõem o idoso institucionalizado ao desenvolvimento da síndrome da fragilidade. METODOLOGIA: Corresponde uma revisão integrativa da literatura científica realizada em outubro de 2023 a partir do levantamento bibliográfico feito através da Biblioteca Virtual em saúde com estudos provenientes das bases de dados MEDLINE, LILACS e BDENF mediante utilização dos descritores “fragilidade”, “institucionalização” e “idosos”, associados ao operador booleano AND. A busca inicial resultou em 32 referências. Após aplicar os filtros: Trabalhos completos, nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos 5 anos, restaram apenas 22 estudos. Estes foram lidos integralmente e seu conteúdo explorado. Dessa forma, após análise minuciosa, apenas quatro estudos foram selecionados para compor o corpus desta revisão. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir desse compilado, evidenciou-se que, de forma majoritária, os artigos abordaram os fatores biológicos, como sendo os mais relevantes para o risco de fragilidade, citando além do próprio processo de institucionalização, a idade avançada, sarcopenia, maior tempo de institucionalização, polifarmácia, declínio cognitivo, autopercepção de saúde ruim, quedas, comorbidades associadas, alterações funcionais e mobilidade reduzida como os fatores de riscos mais notáveis para a instalação da síndrome da fragilidade. Além disso, também foi observado a correlação direta entre o aumento da fragilização e manifestações depressivas, associada a questões afetivas e sociais relacionadas à falta de apoio familiar, isolamento e interação social, bem como ao processo de adaptação. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante dos fatos supracitados, infere-se que a síndrome da fragilidade é uma condição que impacta sobremaneira a saúde, a capacidade funcional e consequentemente a qualidade de vida do público geriátrico, principalmente dos que residem em instituições. Desse modo, é indispensável que a avaliação dos fatores que predispõem seu desenvolvimento, seja incluída pelos profissionais da saúde como parte integrante da avaliação multidimensional do idoso institucionalizado, como forma de traçar estratégias que atenuem esses fatores, bem como suas as consequências para a qualidade de vida.
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