RESUMO
Introdução: A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, causada principalmente pela Mycobacterium tuberculosis, que caracteriza-se como uma das principais causas de morbimortalidade em relação às doenças infecciosas em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, cuja ocorrência e controle são influenciados por fatores ambientais, sociais e econômicos, e sua prevalência e distribuição ocorre de forma desigual, concentrando-se em grupos sociais desfavorecidos, principalmente na População Privada de Liberdade (PPL), que possui média 28 vezes mais alta que a da população em geral. Objetivo: Analisar o número de casos de Tuberculose notificados na População Privada de Liberdade no Brasil no período de 2020 a 2023. Método: Estudo epidemiológico, descritivo, com abordagem quantitativa realizado em outubro de 2023 por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), utilizando as variáveis: Região/UF de notificação, sexo, forma de entrada, tipo de TB e condições associadas. Incluindo todos os casos confirmados de TB em PPL do período de 2020 a 2023. Resultados e discussão: Entre os anos de 2020 a 2023, foram registrados um total de 32.688 casos de tuberculose na população carcerária brasileira, com uma notável queda nas taxas de incidência em 2023. Os casos predominaram no sexo masculino, representando 97,40% dos casos, enquanto o sexo feminino teve uma diminuição ao longo desse período. A região Sudeste liderou em casos confirmados, com São Paulo e Rio de Janeiro registrando as maiores taxas. A forma pulmonar da tuberculose prevaleceu, totalizando 95,87% dos casos, e houve uma queda na sorologia positiva para HIV ao longo dos anos. As comorbidades mais associadas aos casos de tuberculose incluíram diabetes, Aids, alcoolismo, uso de drogas ilícitas e tabagismo. Conclusão: Em síntese, os achados deste estudo mostram uma visão ampla da situação da tuberculose na População Privada de Liberdade no país, resultado das políticas de saúde e das intervenções específicas que melhoraram o controle da doença nesse contexto. A redução significativa de casos ao longo dos anos evidencia que as ações implementadas estão tendo sucesso, mas é importante continuar monitorando e adaptando essas estratégias para garantir que essa tendência positiva seja mantida.
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