Objetivos: Comparar a resposta da modulação autonômica da frequência cardíaca entre gestantes e mulheres não gestantes, antes e após a manobra de acentuação da arritmia sinusal respiratória.Métodos: Este estudo transversal incluiu uma amostra de 24 mulheres, divididas em dois grupos: gestantes (independente da idade gestacional) e um grupo controle de não gestantes. A avaliação envolveu o registro dos intervalos RR por um cardiofrequencímetro, permitindo a análise de índices lineares e não lineares da variabilidade da frequência cardíaca. As avaliações foram realizadas em repouso, em decúbito lateral esquerdo, antes e após a manobra de acentuação da arritmia sinusal respiratória, que consiste em respirações lentas de cinco a seis ciclos por minuto. Durante a manobra, foram avaliadas a razão expiração/inspiração e a diferença entre a inspiração e a expiração. Os resultados foram comparados entre os dois grupos (gestantes e não gestantes), bem como dentro de cada grupo, antes e após a manobra. Para a análise estatística, foi considerado um nível de significância de p<0,05.Os índices lineares mostraram que os valores iniciais da modulação simpática (banda de baixa frequência) estavam aumentados nas gestantes em comparação às mulheres não gestantes (gestantes: 68,9±28,1; controles: 49,3±11,7; p=0,002). Após a manobra respiratória, o índice obtido pela raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre os intervalos RR normais adjacentes aumentou no grupo de gestantes (pré-manobra: 34,5±5,7; pós-manobra: 38,9±5,8; p=0,027), indicando um aumento da atuação parassimpática para essa população após a aplicação da manobra. Além disso, houve um aumento nos valores de complexidade, sugeridos pela entropia de Shannon, após a manobra, para ambos os grupos, com um aumento maior observado nas gestantes. Em relação aos índices avaliados durante a manobra, ambos os grupos apresentaram valores da razão expiração/inspiração maiores que 1, o que sugere integridade do sistema nervoso autônomo.Conclusões: Houve uma melhora na regulação do sistema nervoso autônomo ao final da manobra respiratória para as gestantes, sugerindo que o padrão de respiração lenta e profunda pode aumentar a modulação vagal e conferir um efeito cardioprotetor, além de proporcionar relaxamento e sensação de bem-estar.
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