INTRODUÇÃO: O termo "trans" é usado para referir-se a todas as pessoas que têm variações de gênero, enquanto "cisgênero" é usado para descrever aquelas que sincronizam sua identidade de gênero com o impacto ao nascer. O grupo de pessoas transgênero abrange uma ampla variedade de identidades de gênero, que podem variar em grau em relação ao sexo atribuído no nascimento. É importante notar que essas definições são influenciadas por ideologias e têm limites imprecisos, que estão em constante evolução. Em 2011, foi promulgada a Política Nacional de Saúde Integral da População Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti e Transexual (PNSI-LGBT), que buscou alinhar-se com os princípios constitucionais e estabelecer a responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) na promoção da saúde integral da população LGBT. O objetivo era eliminar a discriminação e o preconceito institucional, garantindo o acesso dessa população aos serviços de saúde. Esse avanço foi significativo, visto que manifestações de homofobia, transfobia e preconceito são persistentes na sociedade brasileira, agravando ainda mais o já debilitado sistema de saúde e indo contra as políticas de cuidado humanizado defendidas pelo SUS. Os homens trans enfrentam desafios específicos no âmbito da saúde reprodutiva, perinatal e sexual, tornando-os um grupo vulnerável. A qualidade dos cuidados de saúde que recebem pode ser prejudicada se os profissionais de saúde não possuírem conhecimentos adequados ou demonstrarem atitudes estereotipadas em relação ao gênero. No período gravídico-puerperal, os homens trans são particularmente suscetíveis a desafios e dificuldades no cuidado de saúde. OBJETIVO: Trazer a luz o que a literatura brasileira evidencia frente a assistência do pré-natal do homem transgenero. METODOLOGIA: Este estudo consiste em uma revisão de literatura, cujo objetivo é reunir e sintetizar descobertas de estudos realizados com diferentes metodologias, visando a contribuir para uma maior compreensão do tema investigado. As buscas ocorreram no segundo semestre de 2023, por meio de consulta eletrônica nas bases de dados Base de Dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Scholar Google. Para a obtenção do material, valeu-se dos critérios de inclusão: tipo de publicação: artigos científicos de pesquisa; período de publicação: artigos publicados desde 2018 a 2023; Idiomas: português. Foram utilizados os descritores “Gestação”, “Homem transgênero”,” minorias sexuais e de gênero”,” assistência”, cruzados entre si com o operadores booleano “AND”. Os critérios de exclusão aplicaram-se às publicações do tipo editoriais, cartas, artigos de opinião, notas prévias, publicações duplicadas, manuais e estudos que não contemplem os critérios de inclusão. DISCUSSÃO: É importante considerar que a reprodução dentro da população transgênero é uma questão de saúde e direitos humanos. No entanto, os ambientes de cuidados de saúde reprodutiva tradicionalmente se concentram em mulheres cisgêneras, criando uma situação em que homens transgêneros podem se sentir excluídos ou não representados. As consultas com os profissionais de saúde são parte integrante da assistência global à gestante, com o objetivo de alcançar os melhores resultados obstétricos. O atendimento durante o pré-natal requer profissionais capacitados para oferecer cuidado abrangente e multidimensional. Nesse contexto, o atendimento pré-natal durante a gestação pode representar um desafio significativo para uma população transexual. Para homens transgêneros, a decisão de ter filhos é um ato de empoderamento que traz visibilidade social e rompe com barreiras que, no passado, limitavam seus direitos reprodutivos. CONCLUSÃO: A partir da análise dos estudos realizados, foi identificado que existem obstáculos significativos no cuidado prestado a homens transgêneros durante o período gravídico-puerperal. Essas barreiras incluem a falta de conhecimento e compreensão dos profissionais de saúde em relação à questão de gênero e ao uso de pronomes corretos. Além disso, observou-se a presença de estigmatização, discriminação, homofobia e transfobia direcionada aos homens trans, bem como a persistência de uma cultura arcaica entre os profissionais de saúde, que muitas vezes limita o cuidado integral. Isso resulta em uma assistência incompleta, que não permite a singularidade dessa população. É evidente que os profissionais de saúde carecem de informação e conhecimento sobre essa temática, o que destaca a necessidade urgente de buscar informações para oferecer um cuidado eficaz. Portanto, uma das primeiras medidas a serem obrigatórias para apoiar homens transgêneros que desejam engravidar é estabelecer uma comunicação aberta e franca com os profissionais de saúde. Isso proporcionará uma oportunidade para acolher essa família de maneira humanizada, compreendendo seus medos, expectativas e anseios. Além disso, compreenderemos seus objetivos reprodutivos, discutiremos a preservação da fertilidade e abordaremos questões relacionadas à contracepção.
Anais do Evento: I° CONAM
doi.org/10.55664/conam2023
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Eduarda Albuquerque vilar
Cristiano Pereira Sena
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