A escolha do método de parto em gestações de alto risco é de extrema importância, impactando tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. O aumento das taxas de cesariana, em comparação ao parto normal, tem sido objeto de preocupação em todo o mundo. Este estudo buscou analisar as taxas de internação para parto cesariano e parto normal em gestações de alto risco na região sul do Brasil, com base em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e Autorizações de Internação Hospitalar. Foram coletados e analisados dados de gestações de alto risco na região sul do Brasil no período de 2013 a 2023 utilizando as informações do DATASUS. Os critérios de seleção incluíram gestações com complicações identificadas como de alto risco e que resultaram em internação hospitalar. As taxas de parto cesariano e parto normal foram comparadas. Durante o período analisado, foram registradas 337.813 Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) para partos na região sul do Brasil, sendo 59% (199.709) para parto cesariano, seguido de 41% (138.104) para parto normal. Os resultados revelaram que a taxa de cesarianas em gestações de alto risco na região sul foi significativamente maior do que a taxa de partos normais. As razões para essa disparidade foram investigadas, e fatores como protocolos hospitalares, medo de complicações e preferências das gestantes foram identificados como influências na decisão pelo parto cesariano. A alta taxa de cesarianas em gestações de alto risco na região sul destaca a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e baseada em evidências no manejo dessas gestações. O percentual de 59% de cesarianas é elevadíssimo, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, desde 1985, estabeleceu que tal proporção não deveria ultrapassar de 10 e 15% do total de nascimentos, além disso, a preferência pelo parto cesariano, quando desnecessário, pode aumentar os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê e aumentar os custos dos sistemas de saúde. É fundamental promover práticas baseadas em evidências, fornecer informações claras às gestantes e garantir que a decisão pelo tipo de parto seja tomada de maneira compartilhada, levando em consideração os riscos e benefícios.
Anais do Evento: I° CONAM
doi.org/10.55664/conam2023
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