No mundo, para cada 1000 adolescentes do sexo feminino de 15 a 19 anos, há 46 nascimentos. No Brasil, 1 em cada 7 bebês é filho de mãe adolescente, a cada 30 minutos, uma menina de 10 a 14 anos se torna mãe e, das gravidezes que ocorrem nessa fase da vida, 66% são não intencionais. Ademais, no país, os adolescentes e jovens adultos são o grupo que mais contribui para aumentar as estatísticas de ISTs, apesar de representarem apenas ¼ da população sexualmente ativa. Tendo em vista esse panorama, foi realizada uma intervenção de educação em saúde com 8 adolescentes residentes em um abrigo de Minas Gerais, com o objetivo de conscientizá-las sobre temas relacionados à saúde da mulher, estimulando o autocuidado. A partir de um Planejamento Estratégico Situacional, foi realizado um contato com a equipe da unidade básica de saúde de referência e com os funcionários do abrigo para discutir sobre a necessidade de uma educação em saúde. Utilizando o protocolo HEEADSSS, houve uma conversa com as adolescentes e, a partir dos dados obtidos, foram feitas orientações sobre ISTs, gravidez na adolescência, uso de métodos contraceptivos e a importância do autocuidado e abriu-se um espaço para que elas pudessem tirar dúvidas. Notou-se uma grande prevalência de comportamento sexual de risco para ISTs e gravidez na adolescência, com diversas parcerias sexuais, sem uso adequado de métodos contraceptivos e preservativos, além de relevante histórico de abuso sexual. Tal resultado, em consonância com a literatura, evidencia que a falta de conhecimento das adolescentes acerca da saúde sexual e reprodutiva é um grande problema de saúde pública, com inúmeros impasses, fazendo-se necessárias medidas de prevenção e promoção de saúde, como esta intervenção, com foco na educação em saúde para adolescentes, principalmente em situação de vulnerabilidade social.
Anais do Evento: I° CONAM
doi.org/10.55664/conam2023
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