INTRODUÇÃO: O Transtorno do espectro autista (TEA) é uma síndrome multifatorial, no qual suas manifestações se iniciam na primeira infância e estão relacionadas às dificuldades na interação social, aprendizagem, assim como alterações na linguagem, comunicação e a presença de estereotipias associadas aos comportamentos motores e verbais repetitivos durante um período de tempo (Papaléo et al., 2024). O diagnóstico de autismo é baseado na avaliação de uma equipe multidisciplinar, dentre eles o psicólogo e o fonoaudiólogo, visto que detêm competências específicas que permitem uma intervenção adequada diante da diversidade das manifestações do transtorno. OBJETIVO: Analisar a eficácia de intervenções psicológicas e fonoaudiológicas no desenvolvimento da comunicação de crianças com TEA. METODOLOGIA: Essa pesquisa se trata de uma revisão de literatura narrativa, construída através de artigos indexados nas bases de dados: Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (SciELO), onde se aplicou os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Transtorno do espectro autista (TEA); criança e equipe multidisciplinar; selecionando os artigos a partir da leitura prévia dos resumos, tendo como critério de inclusão: os trabalhos publicados no período de 2020 a 2024, e como critério de exclusão: todos os artigos que não fizeram referência a multidisciplinaridade e ao autismo infantil. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Atualmente, o TEA é compreendido como uma síndrome comportamental complexa que possui etiologias múltiplas, combinando fatores genéticos e ambientais (Rutter, 2011). Dessa forma, a multidisciplinariedade da atuação psicológica e fonoaudiológica no desenvolvimento da comunicação de crianças com esse transtorno, torna-se imprescindível para desenvolver e reabilitar as habilidades comunicativas prejudicadas, assim promovendo a saúde e a qualidade de vida. De acordo com Mercado (2022), o psicólogo é responsável por acompanhar a criança portadora de TEA, juntamente com sua família, orientando sobre dificuldades e progressos, elaborando estratégias de tratamento individualizadas, enquanto que o fonoaudiólogo intervém na área da linguagem e comunicação, podendo atuar no estímulo à leitura, produção de textos e estímulos auditivos, fonéticos e faciais, e comunicação alternativa, conduzindo ações que irão desenvolver as habilidades de comunicação da criança. Nesse contexto, compreende-se que a inter-relação entre psicólogos e fonoaudiólogos garante uma abordagem multidisciplinar para o tratamento de crianças com TEA, oferecendo um melhor suporte à criança ao permitir o desenvolvimento de planos de intervenção entre os profissionais, de maneira a combinar as habilidades do psicólogo com questões emocionais e comportamentais com a atuação do fonoaudiólogo em comunicação e linguagem, potencializando o desenvolvimento infantil. CONCLUSÃO: Diante do exposto, conclui-se que a sinergia entre psicólogos e fonoaudiólogos no tratamento de crianças com TEA é fundamental para otimizar os resultados terapêuticos e promover o desenvolvimento saudável da comunicação, de maneira que essa colaboração entre profissionais atende a diversidade das manifestações do transtorno acerca dos aspectos emocionais, comportamentais e de comunicação. Dessa forma, ao unir conhecimentos e terapias, psicólogos e fonoaudiólogos têm o potencial de oferecer abordagens abrangentes e personalizadas, oferecendo uma assistência de qualidade às crianças e suas famílias, fomentando a melhoria da qualidade de vida, e consequentemente, o bem-estar e a inclusão dessas crianças na sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: Transtorno do Espectro Autista; Criança; Equipe de Assistência Multidisciplinar; Qualidade de Vida.
REFERÊNCIAS
MERCADO, W. I. TEA–Diagnóstico precoce com reflexos na qualidade de vida da criança e da família. Research, Society and Development, v. 11, n. 15, p. e544111537482-e544111537482, 2022.
PAPALÉO, G. A. et al. Necessidade do cuidado multidisciplinar para pacientes pediátricos dentro do espectro autista. Cuadernos de Educación y Desarrollo, v. 16, n. 2 Edição Especial, 2024.
RUTTER, M. L. Progress in understanding autism: 2007–2010. Journal of autism and developmental disorders, v. 41, p. 395-404, 2011
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