CERCLAGEM, PESSÁRIO E PROGESTERONA VAGINAL NA PREVENÇÃO DE PARTO PREMATURO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Carolina Silva Miranda1, Gian Lucas Teixeira Caneschi1, Umberto Marzullo Filho2
1.Acadêmicos do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.
2.Docente da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: O parto prematuro é uma das principais causas de morbidade e mortalidade perinatal2,3. Sabe-se que o achado de colo uterino curto no exame ultrassonográfico durante o segundo trimestre é um fator de risco independente para o parto prematuro2. Nesse sentido, várias técnicas cirúrgicas, como a cerclagem, e não cirúrgicas, como a progesterona vaginal e o pessário cervical, têm sido propostas como potenciais estratégias para reduzir o parto prematuro e as complicações neonatais 1-3. OBJETIVOS: Comparar a eficácia da cerclagem, do pessário e da progesterona para prevenir parto prematuro espontâneo em mulheres com colo uterino curto. MÉTODOS: Foram realizadas buscas nas bases de dados MedLine, SciELO e LILACS entre maio e junho de 2023, utilizando os descritores “Cerclage, Cervical”, “Pessaries”, “Obstetric Labor, Premature” e “Progesterone”. Foram encontrados 416 artigos. Após aplicação dos filtros, 12 foram selecionados para leitura, e, desses, oito cumpriram os critérios de elegibilidade. Foram incluídos ensaios clínicos e estudos observacionais em inglês, dos últimos 10 anos, que fizeram uma análise comparativa entre pessário, cerclagem e progesterona, em gestantes com colo curto. Foram excluídos estudos que não compararam as opções de tratamento ou com resultados incompletos. Os artigos foram selecionados com o auxílio do software RAYYAN e passaram pelas etapas: exclusão de duplicados e análise do título, do resumo e do texto completo. As variáveis analisadas foram taxa de parto prematuro antes de 34 semanas, complicações e taxas de internação neonatal. RESULTADOS: Dos estudos selecionados, quatro se detiveram sobre a análise do pessário cervical e da cerclagem, três compararam cerclagem, pessário e progesterona e um se limitou à comparação entre pessário e progesterona. Em dois dos trabalhos que relacionaram as três estratégias de manejo não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre os grupos com relação às perdas perinatais, morbidade neonatal e partos prematuros. A combinação entre os três métodos mostrou-se vantajosa e segura. Todavia, em outra análise, o uso de pessário associado à progesterona teve desempenho superior, haja vista a redução da incidência de partos prematuros em 8,6% em relação à cerclagem. No que tange à comparação apenas entre cerclagem e pessário, o último mostrou-se mais eficaz no prolongamento da gravidez e na redução das taxas e do tempo de internação neonatal. Em gestações gemelares, não foram encontrados benefícios na inserção do pessário, enquanto a cerclagem foi capaz de gerar redução de partos prematuros durante o segundo trimestre. CONCLUSÃO: Quando comparados os três métodos, não houve diferenças significativas. Todavia, entre pessário e cerclagem, em gestações únicas, o pessário cervical mostrou-se mais vantajoso e seguro por prevenir parto prematuro e reduzir taxa de internação neonatal.
Palavras-chave: Cerclagem Cervical; Pessários; Trabalho de Parto Prematuro; Progesterona
Referências Bibliogáficas:
BARINOV S.V., et al.Comparative assessment of arabin pessary, cervical cerclage and medical management for preterm birth prevention in high-risk pregnancies. J Matern Fetal Neonatal Med, v. 30, n.15, p.1841-1846, Set 2017. DOI 10.1080/14767058.2016.1228054. Disponível em:
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