INTRODUÇÃO: A gestação é um período na vida da mulher que deve ser avaliado com especial atenção, por configurar diversas modificações físicas, hormonais, psíquicas e de inserção social, que podem refletir diretamente na sua saúde mental. Na fase gestacional, a mulher pode vivenciar sinais e sintomas de ansiedade e momentos de tristeza. Em alguns casos, observa-se o desenvolvimento de quadros patológicos envolvendo sintomas depressivos, o que se associa a uma maior probabilidade de complicações na gravidez, no parto e no puerpério, podendo gerar repercussões negativas na saúde da mulher e do bebê. Sabe-se que a ideação suicida pode ou não estar associada ao diagnóstico de depressão. A relação da depressão com o suicídio está condicionada a diversos fatores que se enquadram nos aspectos social, pessoal e psíquico. OBJETIVO: Relatar a experiência dos profissionais de saúde com a prevalência de depressão, ansiedade e ideação suicida em em um grupo de gestantes e verificar associações entre ideação suicida e variáveis psicossociais. MÉTODOS: Este estudo consiste em um relato de experiência, realizado em um centro de saúde da família no interior do Ceará com um grupo de gestantes em diferentes períodos gestacionais contendo os registros de abusos físico e sexual nessa população, o que se associa com a presença de tentativa de suicídio. Os dados foram coletados no mês de junho de 2023, participaram do estudo 40 gestantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com o perfil das gestantes, 15 não concluíram o ensino médio. Em relação ao estado civil, quinze gestantes eram solteiras e sem companheiro, sendo sete ficaram solteiras após a descoberta da gestação, oito possuíam um companheiro(namorado). Em cinco dos casos, são casadas e 12 viviam em união estável. O abuso físico foi relatado por 8 estantes. Nove gestantes tinham ansiedade e depressão concomitantemente e quatro relataram pensamentos suicida, seis apresentaram apenas depressão e vinte apresentava apenas ansiedade e as restantes tinham outros transtornos. As quatro que relataram pensamento suicida já havia tentado se matar, mas por motivo pessoal não cometeu, hoje elas fazem tratamento no Centro de Apoio Psicossocial - CAP’s. CONCLUSÃO: Foi concluído que as gestantes se apresentaram em um grupo heterogêneo havendo as que estavam felizes com sua condição. Em outro extremo, havia gestantes cuja gravidez aparecia como a única esperança em uma vida de muita violência e desespero. Sentiam-se sós, as vezes desamparadas, chegando a pensar em suicídio. O pensamento suicida associou-se estatisticamente com a presença de depressão, ansiedade, pouco apoio social e estado civil solteira. Com isso, o atendimento pré-natal confirma-se como uma excelente oportunidade de se conjugar esforços de diferentes profissionais, a fim de melhorar a detecção e a condição psicossocial dessas gestantes e, conseqüentemente, de seus futuros bebês. É neste momento que os profissionais de saúde podem 
atuar de forma efetiva, holística e ética, visando um cuidado individualizado.
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Ananda Coelho
Beatriz Souza da Conceição
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