INTRODUÇÃO: Na COVID-19, alguns grupos populacionais são considerados mais vulneráveis, dentre eles os idosos, pessoas com doenças crônicas, profissionais da saúde, gestantes e recém-nascidos. No parto e nascimento, a violação dos direitos humanos das mulheres, principalmente pelo impacto da pandemia em suas vidas, impõe sua defesa, como enfatiza a Declaração da International Confederation of the Midwives (ICM) intitulada “Os direitos das mulheres no parto devem ser mantidos durante a pandemia”. Assim, todas as mulheres têm o direito de receber atenção qualificada em uma rede de atenção à saúde, cujos arranjos devem garantir o acesso, a integralidade e a humanização. Isto inclui fluxos de atendimento específicos às gestantes, que as protejam em locais mais seguros, priorizando centros de partos normais(CPN) e maternidades. OBJETIVO: Relatar a experiência dos profissionais de enfermagem em um CPN voltada para a atenção e o manejo de gestantes suspeitas ou confirmadas pela COVID-19. MÉTODOS: Este estudo consiste em um relato de experiência, realizado em um CPN no interior do Ceará com profissionais de enfermagem. Os dados foram coletados no mês de setembro de 2020. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A equipe do CPN é composta por enfermeiros obstétricos, médicos, assistente social, fonoaudiólogo, técnicos de enfermagem. Possui recepção, sala de triagem e 10 Préparto, Parto e Puerpério, comumente chamado de PPP, sendo 3 reservados para gestantes que não estavam com sintomas respiratórios. Na sala de triagem é o setor de entrada e acolhimento da usuária. onde é realizado o acolhimento com classificação de risco obstétrico e avaliação de sintomas respiratórios. A partir dessa classificação, a gestante é atendida na própria sala com tratamento sintomático ou realização de exames e após os resultados, encaminhada para um dos setores do hospital, podendo ser direcionada ao PPP, centro cirúrgico, enfermaria de patologia obstétrica ou apenas liberada para o domicílio. O PPP é destinado, preferencialmente, para as pacientes em trabalho de parto ativo. Também atende mulheres que precisam realizar medicações anticonvulsivante em casos de pré-eclâmpsia e mulheres em processo de abortamento. Gestantes com sintomas respiratórios que desejavam o parto normal e não estavam em trabalho de parto ativo, elas recebiam todo o apoio da equipe nas enfermarias obstétricas e na fase ativa do parto iriam para os PPP. Quando uma paciente era identificada com sintomas respirato?rios era acionado equipe multiprofissional para tomada de decisa?o de encaminhar para a a?rea restrita (na enfermaria ou PPP). Mesmo com todo o fluxo desenhado na triagem obste?trica, algumas pacientes eram encaminhadas para o PPP com sintomas e muitas, depois da avaliac?a?o na a?rea de COVID, tornavam-se casos confirmados, ou seja, toda equipe da a?rea na?o-COVID era exposta, bem como tambe?m outras pacientes e acompanhantes. CONCLUSÃO: Concluiu-se que a implementação de fluxos para atendimento de gestantes com suspeita ou confirmação de COVID-19 foram necessárias, além de otimizar a assistência obstétrica, restringir a propagação da doença entre pacientes e a equipe, foi fundamental para a manutenção das boas práticas na atenção ao parto e nascimento, bem como para a preservação dos direitos das mulheres em atendimento obstétrico.
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Ananda Coelho
Beatriz Souza da Conceição
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