OCORRÊNCIA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO ASSOCIADA ÀS VULNERABILIDADES SOCIOECONÔMICAS E DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA MULHER: UMA REVISÃO DE LITERATURA

  • Autor
  • Yasmim Farias de Miranda
  • Co-autores
  • Layza de Souza Chaves Deininger
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: O puerpério é o período pós-parto onde a mulher vivencia alterações físicas, hormonais, psíquicas e sociais advindas da gravidez e parto. Nesse momento, as mudanças do cotidiano e rotina, como privação de atividades e perda de autonomia, contribuem para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como a depressão pós-parto (DPP). A DPP gera na mulher sentimentos de tristeza, medo, incapacidade de cuidar do bebê e desmotivação, estando presente em 19% das puerpéras dos países em desenvolvimento, como o Brasil, de acordo com a OMS (OMS, 2019), reduzindo a qualidade de vida dessas. Diversos fatores estão atrelados ao desenvolvimento da DPP, dentre eles as baixas condições socioeconômicas e de assistência à saúde da mulher, os quais serão evidenciados no presente trabalho. OBJETIVO: Relacionar a ocorrência de DPP com as vulnerabilidades socioeconômicas e de assistência à saúde da mulher. METODOLOGIA: Revisão narrativa da literatura utilizando estudos disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para tal, foram utilizados os descritores “Mulheres”, “Puerpério” e “Renda”, sendo selecionados os artigos publicados nos últimos cinco anos (2019-2024), nos idiomas português e inglês, excluindo artigos incompletos e incompatíveis com a temática. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontrados 51 artigos disponíveis, dos quais 3 se enquadraram melhor no objetivo do trabalho. De acordo com os estudos, o apoio emocional prestado a grávida e puérpera é fator determinante para evitar o desenvolvimento da DPP, uma vez que as mulheres podem expressar seus sentimentos frente à maternidade, suas inseguranças e expectativas quanto ao bebê e seu desempenho como mãe, logo, existindo uma associação entre o baixo apoio social afetivo e sintomas de DPP. Outrossim, mulheres com renda abaixo de 2 salários mínimos e menor grau de escolaridade apresentam maior prevalência de DPP, uma vez que o contexto financeiro potencializa as inseguranças da mãe, a qual começa a pensar se a renda familiar será suficiente frente a chegada de um novo integrante, e o menor nível educacional contribui para uma menor capacidade de gerenciar problemas e aumentar as vulnerabilidades socioeconômicas, em razão de diminuir as oportunidades de mudança do contexto em que está inserida. Ademais, apesar do estabelecimento da Rede Cegonha por parte do Ministério da Saúde, a mesma mostra-se ainda ineficiente diante da ocorrência da DPP, visto que não possui cuidados ampliados que objetivem avaliar a saúde mental, sistematicamente, durante o período de pré-concepção, pré-natal e puerpério das mulheres, a fim de evitar o surgimento e estabelecimeto da DPP. CONCLUSÃO: As pesquisas apontam que o domínio socioeconômico influencia diretamente a presença de DPP nas mulheres, de maneira a reduzir sua qualidade de vida e afetar a relação mãe-bebê em construção, além de demonstrar a incapacidade da assistência à saúde da mulher atualmente frente à DPP, que se configura como um problema de saúde pública.

     

  • Palavras-chave
  • Mulheres, Puerpério, Renda.
  • Modalidade
  • Exposição
  • Área Temática
  • Assistência e Promoção da Saúde da Mulher
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