RESUMO: Embora o eixo cérebro-intestino seja um excelente substrato para as pesquisas fazendo com que esse tema seja abordado por pesquisadores de todo o mundo, o seu mecanismo ainda é obscuro ao conhecimento humano. No entanto, as evidências de que exista uma íntima relação entre esses dois sistemas orgânicos são bem aceitas. De forma paralela, tanto a Doença de Alzheimer, uma das doenças neurodegenerativas de maior atenção para a população devido a sua agressividade, quanto a constipação, popularmente conhecida como prisão de ventre, que é um quadro no qual ocorre diminuição ou ausência do fluxo intestinal, são mais prevalentes em idosos. Objetivo: Analisar através da literatura a correlação entre constipação e doença de alzheimer. Metodologia: Para elaboração desse estudo realizou-se uma busca de dados nas seguintes bases; MEDLINE/PubMED, Scielo, LILACS e sites da Organização Mundial da Saúde. Como palavras-chaves adotou-se 4 descritores obtidos através da DeCS/mSH, sendo “constipação, demência, função cognitiva e disbiose”. Ao correlacionar esses descritores usando do operador booleano "AND" foi ofertado um resultado de 67 estudos. Logo em seguida, aplicou-se os seguintes critérios de inclusão; trabalhos relevantes sobre o tema, em língua inglesa e portuguesa e o intervalo de ano das publicações foi reduzido para 2018 a 2023. Os títulos e resumos foram analisados para seleção dos trabalhos que integrariam esse estudo. RESULTADOS: A análise dos dados evidenciou uma estreita relação entre intestino e sistema nervoso que foi amplamente discutida por autores de diferentes continentes. Como fator para a constipação nos pacientes com Alzheimer foi apontado o próprio quadro neurodegenerativo, uma vez que esses pacientes não se lembram de realizar uma ingesta hídrica adequada e geralmente a sua alimentação não contém fibras. Foi relatado a presença de disbiose intestinal nos pacientes com doença de Alzheimer e que os metabólitos desse desbalanço afetam a atividade neural, especialmente por interferir no nível sérico de homocisteína. A constipação foi relatada como um dos fatores desencadeantes para disbiose que devido ao eixo cérebro-intestino gera inflamação no SNC, principalmente pela via do inflamossomo. O nível alto de homocisteína foi correlacionado a atrofia cerebral, aumento no volume do terceiro ventrículo, menor volume do mesencéfalo, danos no endotélio devido as espécies reativas de oxigênio na sua degradação e ativação da metaroproteinase-9 um agente perturbado de membrana que atuaria sobre os neurônios e células da glia. Considerações finais: De forma curiosa, cerca de 25% da homocisteína circulante é produzida por células intestinais. Portanto pode-se inferir que a constipação é um fator de agravo, ainda que indireto, para as doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer. No entanto, é necessário afirmar que os estudos sobre esse tema ainda estão em ascensão e os resultados obtidos até o momento são plausíveis de mudanças. Ainda, há uma carência de estudos brasileiros abordando essa temática nas bases de dados, o que abre caminhos para futuras pesquisas no país.
Anais do Evento: CONGRESSO INTERNACIONAL MULTIDISCIPLINAR EM ANATOMIA E FISIOLOGIA DA CABEÇA & PESCOÇO= doi.org/10.55664/conato2023
ISBN registrado: 978-65-981095-1-6
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