INTRODUÇÃO: A meningite diz respeito à inflamação das leptomeninges e do espaço subaracnóideo e pode apresentar diversas etiologias, sendo a infecção pela bactéria Neisseria Meningitidis (meningococo) a mais preocupante. Isso ocorre uma vez que o meningococo é o agente causador da doença meningocócica invasiva e apresenta uma maior capacidade de evoluir para quadros graves e letais, além de apresentar expressivo potencial endêmico no Brasil. Nesse sentido, essa patologia trata-se de um agravo de notificação compulsória e ainda representa um relevante problema de saúde pública. OBJETIVOS: Analisar o acervo científico atual acerca da influência da vacinação contra os casos da doença meningocócica invasiva no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com buscas a partir da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com uso dos descritores: “Meningite” and “Vacinaçao” and “Brasil” e os filtros: texto completo; nas bases de dados MEDLINE e LILACS; idiomas: inglês e português; corte temporal de 2017 a 2022. Encontrou-se 12 artigos e 5 foram selecionados devido à compatibilidade com o tema e a disponibilidade na íntegra. RESULTADOS: Os estudos atestam que, ainda que existam 12 sorogrupos identificados da meningite, quase a totalidade do desenvolvimento da meningocócica invasiva é causada pela infecção dos sorogrupos A, B, C, W e Y. Desse modo, essa patologia ainda constitui-se um empecilho à saúde pública uma vez que apresenta elevada letalidade em crianças menores de cinco anos, quando comparada com a malária, por exemplo. Nesse sentido, embora seja possível notar um crescente combate à meningite nos últimos anos, em decorrência do desenvolvimento de vacinas e na sua introdução ao Plano Nacional de Imunização, o Sistema Único de Saúde disponibiliza somente imunização para ACWY, não havendo cobertura gratuita para o tipo B - apesar da sua alta incidência nas faixas etárias menores de 15 anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se, então, a importância da vacinação como a principal medida de prevenção da meningite e sua atuação na proteção, especialmente, das crianças e adolescentes - principais comprometidos pela enfermidade. Somado a isso, nota-se a relevância do investimento e do desenvolvimento de imunizantes que sejam capazes de propiciar um maior espectro de proteção, haja vista não só o início abrupto e a evolução perigosa da doença, mas também as sequelas causadas pela doença invasiva, que reduzem a qualidade de vida dos sobreviventes e dos seus familiares - a exemplo de surdez e disfunções do sistema cognitivo. Por fim, a promoção dessas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS) assegura as premissas constitucionais e respeitam o seu caráter universal, igualitário e equitativo.
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