INTRODUÇÃO: A população transgênero compõe uma das minorias mais suscetíveis à vulnerabilidade e a vivenciar situações de preconceito e violências, que ocorrem, inclusive, nos espaços de serviços e cuidados de saúde. Desse modo, os estigmas associados a esses indivíduos atuam como fatores de risco para homens transsexuais no atraso do diagnóstico do câncer cervical, terceira neoplasia mais prevalente em todo mundo. OBJETIVOS: Analisar o acervo científico atual acerca do câncer cervical em homens trans. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com buscas a partir da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com uso dos descritores: “Cancer Cervical” and “Homem Transgenero” e os filtros: texto completo; na base de dados MEDLINE; idiomas: inglês e português; corte temporal de 2017 a 2022. Encontrou-se 43 artigos e 9 foram selecionados devido à compatibilidade com o tema e a disponibilidade na íntegra. RESULTADOS: Os estudos atestam que, embora o câncer cervical seja uma patologia de lenta progressão e de fácil rastreio pelo exame citopatológico, os homens transgêneros ainda são brutalmente marginalizados no acesso a um diagnóstico precoce e na oferta de um cuidado integral. Nesse sentido, a busca pelo rastreio do câncer cervical ainda é perpassado por episódios de preconceito promovido por profissionais incapacitados, pelos desconfortos físicos e emocionais, além da escassa quantidade de estudos que investigam a correlação da hormonioterapia e a incidência dessa neoplasia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Isto posto, é fundamental reconhecer que as questões de gênero desempenham um papel relevante como determinantes sociais da saúde. Desse modo, é inerente aos profissionais e às instituições da saúde um olhar integral e um tratamento adequado e humanizado dessas minorias, a fim de assegurar as premissas constitucionais fundamentais. Aliado a isso, frente ao despreparo dos profissionais de saúde no acolhimento dos homens trans nos serviços de saúde, nota-se a perpetuação da discriminação contra essa população e a urgência de abranger o debate da temática em todas as esferas das redes de saúde, com o intuito de efetivar o respeito à diversidade e assegurar o acesso integral a um Sistema Único de Saúde (SUS), respeitando seus princípios fundamentais.
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