RESUMO
Introdução: A educação permanente em saúde (EPS) é uma política pública que visa à transformação das práticas de saúde, por meio da formação e do desenvolvimento dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). A EPS propõe uma aprendizagem significativa, problematizadora e contextualizada, que articula o ensino e o serviço, com base nas necessidades e demandas da população e do sistema de saúde. Nesse sentido, a EPS se apresenta como uma ferramenta para o desenvolvimento de competências profissionais, entendidas como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para o desempenho qualificado e humanizado dos trabalhadores da saúde. Objetivo: Avaliar a EPS como ferramenta para o desenvolvimento de competências profissionais dos trabalhadores da saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura, em que foi realizada uma busca nas bases de dados SciELO, LILACS, MEDLINE e BDENF, utilizando os descritores “educação permanente”, “competências profissionais” e “saúde”, correlacionando os descritores com o operador boleando AND e OR. Foram utilizados os critérios de inclusão: artigos originais, publicados nos últimos 5 anos, em português, inglês ou espanhol, que abordassem a EPS como estratégia para o desenvolvimento de competências profissionais dos trabalhadores da saúde, já como critérios de exclusão: artigos que não apresentassem dados empíricos, que utilizassem outras modalidades de educação em saúde ou que não focassem nas competências profissionais dos trabalhadores, pagos e resumos. Resultados e Discussão: Foram encontrados 145 artigos, dos quais 8 foram selecionados para análise. Os trabalhadores envolvidos nos estudos eram de diferentes categorias profissionais, sendo as mais frequentes enfermagem, medicina e odontologia. Os estudos revisados evidenciaram que a EPS é uma ferramenta eficaz e eficiente para o desenvolvimento de competências profissionais dos trabalhadores da saúde, durante a pesquisa as competências profissionais abordadas foram agrupadas em quatro dimensões para melhor análise: técnico-científica, ético-política, comunicativa e educativa. Os principais resultados encontrados foram: aumento da capacidade de resolução de problemas, da autonomia e da responsabilidade dos trabalhadores; melhoria da qualidade da assistência, da satisfação dos usuários e dos indicadores de saúde; fortalecimento do trabalho em equipe, da interdisciplinaridade e da intersetorialidade; e ampliação da participação social, do controle social e da gestão democrática. Foi possível evidenciar que, a EPS, possibilita a integração entre a teoria e a prática, o aprimoramento do conhecimento, a atualização permanente, a reflexão crítica e a mudança de atitude. Além disso, a EPS favorece a construção de um projeto político-pedagógico coletivo, que considera as singularidades dos sujeitos, dos territórios e das realidades locais. No entanto, alguns desafios e limitações também foram apontados, como a resistência à mudança, a falta de apoio institucional, a escassez de recursos, a precarização do trabalho e a desvalorização da educação. Conclusão: A EPS é uma ferramenta inovadora e promissora para o desenvolvimento de competências profissionais dos trabalhadores da saúde. No entanto, ainda há necessidade de mais estudos que avaliem os impactos da EPS nas práticas de saúde, nos processos de trabalho e nos resultados em saúde.
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