Introdução: A saúde sexual e reprodutiva (SSR) é um direito humano fundamental e um componente essencial da saúde integral das mulheres. A SSR envolve o acesso a informações, serviços e insumos que garantam a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças e agravos relacionados à sexualidade e à reprodução, bem como o exercício livre e responsável da sexualidade e da reprodução. A atenção primária à saúde (APS) é o nível de atenção que deve oferecer ações de promoção, prevenção, assistência e reabilitação em SSR, de forma resolutiva, humanizada e equitativa. Diante disso, a educação em saúde é uma estratégia fundamental para a promoção da SSR na APS, pois visa à construção de conhecimentos, habilidades e atitudes que favoreçam o autocuidado, a autonomia e a participação das mulheres em relação à sua saúde. Objetivo: Evidenciar a importância da educação em saúde para a promoção da SSR das mulheres na APS. Metodologia: Foi realizada uma revisão da literatura, as buscas ocorreram nas bases de dados SciELO, LILACS, MEDLINE e BDENF, utilizando os descritores “educação em saúde”, “saúde sexual e reprodutiva” e “atenção primária à saúde”. Foram incluídos artigos originais, publicados nos últimos cinco anos, em português, inglês ou espanhol, que abordassem a educação em saúde como ferramenta para a promoção da SSR das mulheres na APS. Foram excluídos artigos que não apresentassem dados empíricos, que utilizassem outras modalidades de educação em saúde ou que não focassem nas mulheres como público-alvo. Resultados e Discussão: Nas buscas foram encontrados 116 artigos, dos quais 36 foram selecionados e após análise criteriosa foram escolhidos 13 artigos. Nos achados as mulheres envolvidas nos estudos eram de diferentes faixas etárias, classes sociais, etnias e contextos culturais. As temáticas abordadas nos estudos foram: planejamento familiar, contracepção, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST), pré-natal, parto, puerpério, aborto, climatério, violência de gênero, sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos. Os principais resultados encontrados foram: aumento do conhecimento, da autoestima, da autoeficácia e da satisfação das mulheres em relação à sua SSR; melhoria do uso de métodos contraceptivos, da adesão ao pré-natal, da escolha do tipo de parto, da prevenção de IST, da detecção precoce de câncer de mama e de colo de útero, da denúncia de situações de violência e da busca por serviços de saúde; e mudança de comportamentos, atitudes e valores relacionados à sexualidade e à reprodução. Os estudos revisados mostraram ainda que, a educação em saúde é uma estratégia importante para a promoção da SSR das mulheres na APS, essa estratégia contribui para o empoderamento, a emancipação e a cidadania das mulheres, que passam a ser sujeitos ativos e protagonistas de sua saúde. Além disso, a educação em saúde favorece a comunicação, a interação e a relação de confiança entre as mulheres e os profissionais de saúde, que devem atuar como facilitadores, mediadores e orientadores do processo educativo. No entanto, alguns desafios e limitações também foram apontados, como a falta de capacitação, de tempo, de recursos e de apoio dos gestores para a realização da educação em saúde; a resistência, o preconceito e a falta de informação de algumas mulheres; a influência de fatores socioculturais, econômicos e políticos que interferem na SSR das mulheres; e a dificuldade de avaliar os efeitos da educação em saúde a longo prazo. Conclusão: A educação em saúde é uma estratégia relevante e necessária para a promoção da SSR das mulheres na APS. No entanto, ainda há necessidade de mais estudos que avaliem a qualidade, a efetividade e a sustentabilidade dessa estratégia, bem como que proponham novas metodologias, abordagens e recursos para a educação em saúde em SSR.
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