Introdução: A simulação realística é uma metodologia de ensino que utiliza cenários clínicos simulados com manequins ou atores para reproduzir situações reais de saúde e doença. Essa abordagem permite que os estudantes da saúde pratiquem suas habilidades técnicas e não técnicas em um ambiente seguro e controlado, sem riscos para os pacientes reais. Além disso, a simulação realística proporciona feedback imediato e um pensamento reflexivo, que são fundamentais para a aprendizagem significativa e a melhoria do desempenho. Objetivo: Analisar os benefícios da simulação realística como estratégia para o desenvolvimento de habilidades clínicas em estudantes da saúde. Metodologia: Realizou-se uma revisão da literatura, as buscas foram nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science e LILACS, utilizando os descritores “simulation”, “clinical skills” e “health students”. Foram incluídos artigos originais, publicados nos últimos cinco anos, em inglês, português ou espanhol, que abordassem a simulação realística como ferramenta de ensino para estudantes de graduação ou pós-graduação da área da saúde. Foram excluídos artigos que não apresentassem dados empíricos, que utilizassem outras modalidades de simulação ou que não focassem nas habilidades clínicas dos estudantes. Resultados e Discussão: Foram encontrados 422 artigos, dos quais, após utilizar os critérios de elegibilidade 10 artigos foram selecionados para análise. A maioria dos estudos foi realizada nos Estados Unidos (n=6) e seguido por Brasil (n=4). Na análise, os estudantes envolvidos nos estudos eram de diferentes cursos da saúde, sendo os mais frequentes enfermagem, medicina e fisioterapia, os cenários de simulação variaram de acordo com a especialidade, o nível de complexidade e o grau de fidelidade. Os principais resultados encontrados foram: aumento da autoconfiança, da satisfação, da motivação e do interesse dos estudantes; melhoria das habilidades técnicas, como procedimentos invasivos, exame físico, avaliação clínica e ressuscitação cardiopulmonar; melhoria das habilidades não técnicas, como comunicação, trabalho em equipe, liderança, tomada de decisão e gerenciamento de crises; e transferência da aprendizagem para a prática clínica real. Nota-se ainda, que os a prática de simulação realística é uma estratégia efetiva e eficiente para o desenvolvimento de habilidades clínicas em estudantes da saúde. Isso porque, essa metodologia favorece a integração entre a teoria e a prática, o raciocínio clínico, a reflexão crítica e a segurança do paciente. Além disso, a simulação realística estimula o engajamento, a participação e a colaboração dos estudantes, que se sentem mais confiantes e preparados para enfrentar os desafios da profissão. No entanto, alguns desafios e limitações também foram apontados, como a necessidade materiais adequados, a padronização dos cenários e dos critérios de avaliação, a validação dos instrumentos de medida e a avaliação dos impactos a longo prazo. Conclusão: A simulação realística é uma metodologia de ensino inovadora e promissora para o desenvolvimento de habilidades clínicas em estudantes da saúde. No entanto, ainda há a necessidade de mais estudos que estimulem sua aplicabilidade nas instituições e explorem as suas potencialidades e possibilidades para a educação em saúde.
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